Estudo da poesia satírica de Olavo Bilac publicada em periódicos de 1894 a 1904
Este livro analisa a veia satírica de Olavo Bilac, "contrapondo sua biografia literária às questões destacadas pela recepção ulterior da obra, ... chamando atenção para os pontos não suficientemente investigados do acervo artístico do escritor e denunciando em que medida as lacunas se intalaram por força do preconceitos que ainda vêm cercando a compreensão da obra do poeta". Alvaro simões examina os poemas satíricos de Olavo Bilac, abordados conforme o periódico em que apareceram, sistemática que permite acompanhar o percurso histórico dessa produção ao mesmo tempo que a análise dos poemas individuais faculta o conhecimento de sua temática, estilo e gênero. Predomina a paródia, utilizada para expressar não apenas a vida política na ocasião, final do século XIX, mas também o cotidiano carioca da época. Os poemas aproximam-se ao fait-divers do jornal, coerente com o veículo que difundia os versos satíricos de Bilac, propiciando o entendimento de hábitos populares e problemas marcantes da sociedade brasileira, considerados os esforços de modernização em curso no período.
Alvaro Santos Simões Junior é professor do Departamento de Literatura e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Assis.
Este livro contém dezesseis ensaios escritos por Todorov entre 1964 e 1969, em que o autor analisa os entrelaçamentos teóricos que emanam de análises sobre literatura e linguagem – é impossível compreender a literatura sem o olhar que se volta a seu componente poético, minimalista, ao passo que o estudo linguístico só se completa em face dos desdobramentos literários ensejados pela linguagem.
Engrossando as fileiras dos que todavia dedicam seus estudos à poesia e dos que ousam levá-la a cabo em tempos de tanta dificuldade neste gênero literário, em particular, e nas artes, em geral, Luiz Costa Lima realiza aqui um itinerário poético pessoal de larga escala, em um voo panorâmico que ilumina pontos importantes da poética brasileira.
Este perfil biográfico e intelectual de Terry Eagleton, além de acompanhar a trajetória do mais rebelde dos críticos culturais ingleses, ilumina as transformações da teoria cultural, da história das ideias, da sociologia e da própria teoria marxista nos últimos cinquenta anos. Acompanhamos aqui a gênese da visão política deste prolífico e profundo defensor do igualitarismo e compartilhamos de seu olhar aguçado para desafiar e modificar o campo da teoria literária.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.
O grande desafio deste livro está na habilidade de realizar análises críticas de três dos principais escritores em língua portuguesa de todos os tempos: Guimarães Rosa, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Os elementos comuns estudados incluem a crítica à sociedade patriarcal nacional e, acima de tudo, uma ponte constante, com idas e voltas, entre a história e a literatura. Roncari consegue desvendar caminhos interpretativos com base na leitura atenta de descrições de cenas e paisagens, além de verificar como a escrita se comunica com o poder econômico e social. Texto e contexto são assim relacionados com extrema competência, mostrando como instabilidades de ordem social presentes no sistema capitalista encontram reflexo na literatura e vice-versa.