Uma vida entre obras
Este livro identifica a acepção de infância, como categoria operatória, essencial ao pensamento de Janusz Korczak (1878-1942), situando sua concepção pedagógica no âmbito do debate acadêmico sobre a historicidade social do sentimento de infância, bem como entrelaçando os significados dos livros escritos por ele com aspectos biográficos, para situar a reflexão teórica no contexto de suas experiências como educador. Traça um panorama a propósito da configuração histórica das declarações de direitos humanos, especialmente no pós-guerra, singularizando o trabalho de Korczak como idealizador do direito de a criança ter direitos.
Ana Carolina Rodrigues Marangon formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara. É mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da mesma faculdade. Seus estudos centram-se no campo da história das ideias pedagógicas sobre a infância. Atualmente é doutoranda da linha de pesquisa Filosofia e Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP) e é professora das séries iniciais do Ensino Fundamental na Escola de Aplicação da FE-USP.
O objeto deste estudo é a obra de Marguerite Duras (1914-1996), escritora, dramaturga, roteirista e membro da Resistência francesa durante a Segunda Guerra. De seu universo ficcional, marcado pela juventude passada na Indochina e pelas novelas psicológicas e herméticas, são analisados quatro livros - um deles, O amante (1984), recebeu o prestigiado Prêmio Goncourt e já foi levado ao cinema. Eles têm em comum a diluição das fronteiras entre o romance e a autobiografia e a profunda reflexão sobre a arte de escrever.
Este livro, preparado com base no exame de cerda de 5.800 projetos de leitura em andamento no Brasil, é construído de pequenos verbetes articulados entre si, que poderão ser lidos conforme as necessidades e os interesses do leitor. Trata-se de uma obra arejada e reflexiva, que certamente será um instrumento valioso para o trabalho daqueles que se dedicam a formar leitores-cidadãos.
Como Gertrudes ensina suas crianças transformou Johann Heinrich Pestalozzi, ainda em vida, na grande referência da pedagogia moderna. Sua tradução para o português contribuirá para a circulação do texto entre professores, estudantes e pesquisadores brasileiros, mas também entre o grande público interessado nas questões educacionais e em suas potencialidades emancipatórias. O livro reúne catorze cartas dirigidas a Heinrich Gessner, amigo incentivador do trabalho de Pestalozzi e importante editor. O estilo epistolar produz uma impressão vívida do processo de construção de uma teoria da educação, sempre permeada, neste caso, por objetivos de transformação social e diminuição das desigualdades.
Uma nova obra de referência, que abre espaço para que Humberto Mauro, artista mineiro, considerado o mais brasileiro dos diretores do cinema nacional, seja conhecido na totalidade das facetas de sua ampla filmografia. Mauro fez filmes entre 1925 e 1974, e construiu uma trajetória repleta de imagens que se tornaram matrizes do cinema brasileiro. Neste livro, que relata os 50 anos de atividade de Humberto Mauro e discute a possibilidade da existência de um cinema brasileiro e dos seus vínculos com a grande arte universal, a autora reflete sobre a possibilidade de filmar o Brasil e seu povo sob um olhar também nacional. Com essa proposta, o estudo ilumina o Cinema Novo e ajuda a projetar hipóteses sobre os caminhos da produção nacional.
No cenário dos estudos de literatura, há valores ilusoriamente considerados bem assentados, como o que demarca as fronteiras entre os gêneros literários e os não literários, com atribuição de menoridade a alguns desses textos e consequente possibilidade de descartá-los de uma análise histórico-literária. Rever tais valores significa recuperar autores "menores", às vezes assim rotulados pela arbitrariedade de condicionamentos acadêmicos. Entre os escritores brasileiros do século XIX que merecem um exame desarmado, que possa iluminar os contornos de uma figura realmente importante para o seu tempo, eleva-se sem dúvida o Visconde de Taunay. Neste livro, a obra de Taunay é lida sob o signo da experiência marcante da guerra contra o Paraguai, que determinaria também a atenção sempre vigilante do escritor sobre outros acontecimentos históricos que viveu.