Em Escutar o invisível, Eduardo Calil procura entender o processo da produção escrita no âmbito escolar, tomando por base os estudos de critica genética e mesclando-os a conceitos da Psicanálise lacaniana e da Análise de Discurso francesa. O autor insere sua reflexão de forma crítica e interessante entre as concepções mais profícuas de língua, discurso e autoria hoje existentes. Mostra que, ao retirar esses conceitos do plano adulto e ressituá-los na infância e no manuscrito escolar, é possivel expandir a própria teorização sobre os processos de escritura.
Eduardo Calil, linguista e pedagogo, é professor de aquisição de linguagem oral e escrita na Universidade Federal de Alagoas, coordenador do Grupo de Pesquisa Escritura, Texto & Criação (ET&C) e pesquisador-associado do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também é autor das obras A criança e a escrita de histórias inventadas (2004, EDUEL) e Trilhas da Escrita: autoria, leitura e ensino (2007, Cortez), além de numerosos artigos científicos.
O objetivo deste livro é apresentar parte dos resultados de pesquisas desenvolvidas a partir do projeto Aspectos Sintomáticos da Junção na Delimitação de Tradições Discursivas, ao qual estiveram vinculados trabalhos, em diferentes níveis, da graduação à pós-graduação, realizados na Unesp desde 2014. Todos os trabalhos cumprem o mesmo objetivo: descrever e analisar o funcionamento de mecanismos de junção, em diferentes textos, na escrita infantil, mais especificamente no período de aquisição da escrita, correspondente aos anos iniciais do ensino formal, em que os sujeitos estão envolvidos com a alfabetização propriamente dita. Com esse objetivo, buscam-se indícios das relações entre mecanismos de junção e textos.
Estudo básico sobre Cláudio Manuel da Costa. O autor elabora uma avaliação precisa do contexto literário arcádico no país e uma análise original da obra do poeta mineiro.
Estudo de características da prosa de ficção dos romantismos alemão e brasileiro, considerando as peculiaridades de cada movimento e as circunstâncias histórico-literárias em que surgiram. Abrangente e documentado com seriedade, o livro trata de questões relativas ao tema, como transcendência, subjetividade etc. de modo bastante claro e preciso, sendo de leitura agradável e de fácil compreensão mesmo para um público não especializado.
Neste livro são estudadas, em suas múltiplas implicações, o romance de Jorge Amado (1912-2001), produzido na década de 1930, e o romance neo-realista português, publicado no início da década de 1940. O objeto de trabaho são as obras que se destacam pela ênfase política e pela existência de traços literários convergentes que apontam para a revalorização do realismo e o aprofundamento da temática social. A tese norteadora pretende demonstrar que o projeto estético-ideológico de Jorge Amado foi incorporado pelos neo-realistas na primeira fase do movimento, contribuindo para o surgimento de um novo romance social em Portugal, em que os elementos da composição literária apresentam afinidades estéticas e ideológicas com a narrativa empenhada do autor baiano.
Este livro empreende uma análise conjugada da experiência social de Júlio Ribeiro e de seus textos no âmbito das letras paulistas, entre as décadas de 1870 e 1890, com o objetivo de ultrapassar o rótulo estigmatizante de "autor de um romance obsceno" - A Carne (1888) - elaborado por seus coetâneos e perpetuado na memória histórica.