Um estudo sobre errantes trecheiros
Trecheiros são indivíduos que perambulam por rodovias, geralmente em trechos delimitados, sobrevivendo da mendicância ou de pequenos e esporádicos trabalhos. São geralmente usuários intensivos de álcool e encontram-se em uma situação de exclusão social. Este denso trabalho de investigação traz informações e detalhes interessantes sobre o cotidiano da vida desses errantes, além de oferecer um quadro amplo para a compreensão da errância no panorama geral da sociedade contemporânea. Pelo relato de diversos casos, o autor oferece preciosas histórias de vida que têm como epicentro a ruptura com o sedentarismo estável e o mergulho radical no nomadismo.
Eurípedes Costa do Nascimento é psicólogo e mestre em Psicologia e Sociedade pela Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Assis. É professor universitário e autor de vários artigos científicos sobre a errância na contemporaneidade. Integra o grupo de pesquisa Psicologia e Instituições da Unesp de Assis, onde desenvolve trabalhos com errantes trecheiros em suas dimensões sociais, psicológicas e filosóficas.
O trabalho do sociólogo Octávio Ianni é analisado com base em suas diversas contribuições no campo da política, da cultura e da sociologia. Dentre os colaboradores desta coletânea estão seus mestres Florestan Fernandes e Antonio Candido, além de pesquisadores do porte de Gabriel Cohn e Renato Ortiz.
Considerado o pai da nacionalidade guineense e cabo-verdiana, Amílcar Cabral foi um dos mais carismáticos líderes africanos, desempenhando importante papel político e cultural na luta de libertação da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. Desafios contemporâneos da África discute o impacto do pensamento de Cabral e sua relação com os debates contemporâneos sobre raça, identidade, nação, democracia, liderança e ética.
As conferências e os comentários reunidos neste volume se concentram nas obras de filósofos e cientistas sociais que estão marcados de um modo particular por seus contextos históricos. As duas últimas contribuições tematizam os próprios contextos.
Na Europa do século XVIII, a preferência exótica pelo uso do café e da bebida dos índios, ou seja, o chocolate, constitui sinal de uma profunda transformação da moda, do gosto e das boas maneiras, alimentada pelas novas tendências filosóficas e, em geral, pela modernização dos costumes e das formas de vida. Piero Camporesi, em sua capacidade de fazer falarem os textos e os documentos da época, reconstitui, de forma saborosa, um novo capítulo da história das mentalidades e do gosto.
Inimigos da esperança é um ensaio de Lindsay Waters que objetiva "exortar os acadêmicos a tomar medidas para preservar e proteger a independência de suas atividades, tais como escrever livros e artigos, da forma como antigamente os concebiam, antes que o mercado se torne nossa prisão e o valor do livro seja depreciado". Para ele, "os editores acadêmicos enfrentam perigos oriundos de todos os lados: do público, dos contribuintes, dos professores, dos estudantes, dos bibliotecários, de seus próprios colegas. Entre os administradores universitários e os próprios editores acadêmicos, que parecem se sentir forçados a concordar com expectativas que não são razoáveis, surgiu a idéia de que as editoras universitárias deveriam se transformar em 'centros lucrativos' e contribuir para o orçamento geral da universidade. De onde veio essa idéia? Ela é péssima. Desde Gutenberg, temos registro financeiros contínuos sobre as publicações no Ocidente, e está provado que os livros são um negócio ruim. ... E a idéia de tentar extrair dinheiro das editoras Universitárias - as mais pobres de todas as editoras - é o mesmo que esperar que os ratos da igreja contribuam para a conservação do local".