Considerado o pai da nacionalidade guineense e cabo-verdiana, Amílcar Cabral foi um dos mais carismáticos líderes africanos, desempenhando importante papel político e cultural na luta de libertação da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. Desafios contemporâneos da África discute o impacto do pensamento de Cabral e sua relação com os debates contemporâneos sobre raça, identidade, nação, democracia, liderança e ética.
Carlos Lopes Carlos Lopes é um proeminente especialista de assuntos africanos e publicou mais de 20 livros na área de desenvolvimento, história e ciência política. Atualmente é diretor executivo do Instituto da ONU para Formação e Pesquisa (Unitar), com sede em Genebra, na Suíça.
Carlos Lopes e Thomas Theisohn abordam neste livro o desenvolvimento de capacidades, tema que suscita debate sobre o lugar das agências internacionais, o modo pelo qual transferem recursos, equipamentos e assistem tecnicamente comunidades e países, com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico e social. Para eles, os países só se desenvolvem quando conseguem expandir a capacidade das pessoas, o que significa afirmar que o desenvolvimento de capacidades é apenas uma dimensão de um movimento maior, ligado ao esforço dos países para superar suas próprias fraquezas e problemas. Desenvolvimento de capacidades tem como primeiro e último objetivo levar um país ou uma comunidade a prescindir da ajuda internacional.
Nesse livro o representante da ONU e do PNUD no Brasil, Carlos Lopes, nos apresenta, por meio de textos escritos entre 2001 e 2003, a necessidade de um amplo debate político na definição da agenda de desenvolvimento e transformação da sociedade para a redução da pobreza no mundo globalizado. A compreensão das sociedades em sua complexidade e aceitação do multiculturalismo é que irão permitir a construção de capacidades para a expansão dos campos de oportunidades do países em desenvolvimento. O grande desafio ético de hoje é, portanto, tornar as diferenças enriquecedoras e não restringir o processo de globalização à realização de obrigações comerciais, à ideia de que o comércio competitivo seria, simplesmente, a chave para a redução da pobreza.
Trecheiros são indivíduos que perambulam por rodovias, geralmente em trechos delimitados, sobrevivendo da mendicância ou de pequenos e esporádicos trabalhos. São geralmente usuários intensivos de álcool e encontram-se em uma situação de exclusão social. Este denso trabalho de investigação traz informações e detalhes interessantes sobre o cotidiano da vida desses errantes, além de oferecer um quadro amplo para a compreensão da errância no panorama geral da sociedade contemporânea. Pelo relato de diversos casos, o autor oferece preciosas histórias de vida que têm como epicentro a ruptura com o sedentarismo estável e o mergulho radical no nomadismo.
Em maio de 2006, a organização Primeiro Comando da Capital, mais conhecida como PCC, demonstrou seu poder no estado de São Paulo ao alterar a rotina da maior cidade da América Latina: promoveu ataques a alvos militares e civis, determinou toques de recolher e impôs condições de melhorias do sistema penal nas negociações com o governo do estado. A partir desse episódio, um grupo de pesquisadores e estudiosos debatem neste livro os aspectos éticos do Direito Penal em torno de um eixo comum: a situação do cárcere no Brasil. Nesse sentido, são analisados o crime organizado, a segurança pública, a aplicação e execução das penas, os danos contra os condenados e as tensões entre Lei de Seguranla Nacional e Estado Democrático de Direito. Corolário dessas investigações, os autores propõem o combate à criminalidade com maior participação do Estado Social e com políticas que promovam uma mudança da cultura brasileira no que diz respeito à ética e à moral.
Livro que leva o título da conferência, seguida de debate, realizada no Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRA), pode ser classificado como uma sociologia da produção científica que se vale da teoria dos campos sociais, para discutir questões relevantes. O autor acredita que a luta pela "verdade" científica no interior do campo é um jogo de lucros e perdas e que os "campos científicos" são o espaço de confronto necessário entre duas formas de poder que correspondem a duas espécies de capital científico: o social (ligado à ocupação de posições importantes nas instituições científicas) e o específico (que repousa sobre o reconhecimento pelos pares, também o mais exposto à contestação). Sob sua ótica, essas contradições podem ser ultrapassadas com a sociologia da ciência.