O envolvimento militar dos Estados Unidos no Golfo Pérsico
Neste livro, Igor Fuser analisa em profundidade o papel do petróleo na definição da política norte-americana para o Golfo Pérsico entre 1945 e 2003, com ênfase na relação entre o aumento da dependência dos Estados Unidos em relação aos combustíveis importados e seu crescente intervencionismo na região. O autor demonstra que, para entender os motivos da invasão do Iraque pelos Estados Unidos, é preciso ir muito além de temas como terrorismo, armas de destruição em massa e o suposto interesse norte-americano na promoção da democracia. A postura unilateral e belicosa adotada pelo presidente George W. Bush após os atentados de 11 de setembro, sem dúvida, ajuda a explicar a polêmica iniciativa militar. Ainda assim, a história da política dos Estados Unidos no Oriente Médio nos últimos sessenta anos revela uma notável continuidade entre a agressão militar ao Iraque e a conduta dos governos anteriores – republicanos ou democratas. Entre os objetivos permanentes que a maior potência do planeta persegue naquela região, destaca-se, em primeiro plano, o controle de suas imensas reservas de petróleo.
Igor Fuser é jornalista e professor de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Foi editor de assuntos internacionais da Folha de S. Paulo, Veja e Época. Mestre em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP), desenvolve atualmente estudos de doutorado no Departamento de Ciência Política da USP. Escreveu os livros México em transe (Scritta, 1995) e Geopolítica – O mundo em conflito (Salesiana, 2006) e organizou a coletânea A arte da reportagem (Scritta, 2006).
Nesta obra, Bobbio visita a obra seminal de Kelsen, influência constante de todo o seu pensamento político e jurídico. Nessa trajetória, temas centrais como o estabelecimento de um sistema legal internacional são devidamente abordados com as costumeiras originalidade e profundidade que sempre caracterizaram o mestre italiano.
Dever e poder analisa a relação entre autonomia e dívida externa da Argentina entre 1983 e 2007. A obra explora as condições que delimitaram o poder de negociação da Argentina com credores internacionais e o impacto desses eventos sobre as relações exteriores do país, particularmente nas relações com os Estados Unidos da América, oferecendo um entendimento abrangente dos fatores que permitem o êxito ou fracasso de iniciativas autonomistas.
Em Crer e saber, Raymond Boudon realiza uma síntese dos temas centrais de sua trajetória intelectual, complementada por uma apreciação da sociologia clássica. O autor não se limita, entretanto, ao registro testamental de temas e autores que lhe são caros – como Max Weber e Émile Durkheim – e que constituem a torre teórica de seu pensamento. Neste livro, Boudon procura dar maior sistematicidade às suas análises, aprofundando a relação entre considerações teóricas e estudos sociológicos quantitativos. O texto inicia-se com uma revisão da teoria geral da racionalidade e a verificação dos tipos fundamentais de explicação racional para as crenças. Em seguida, a partir dos resultados de uma pesquisa mundial sobre valores sociais, o autor se ocupa das diferentes versões da questão da justeza do julgamento e de suas aplicações nos domínios moral, religioso e político. Raymond Boudon (1934-2013) é um dos mais importantes cientistas sociais contemporâneos. É conhecido pelas pesquisas sociológicas sobre mobilidade social e desigualdade de oportunidades e pela defesa do individualismo metodológico. Entre outras obras, publicou L’inégalité des chances (1973), La logique du social (1979) e Dictionnaire critique de la sociologie (1982).
Muito mais do que um internacionalista, Leandro Konder é um dos poucos marxistas universais que temos no Brasil. Raros são os temas, com profundo conhecimento de causa, que ele não abordou em seus mais de quarenta anos de intensa atividade intelectual e mlitante. Da literatura à filosofia, da política concreta às grandes metas de uma radical transformação social, ele é parte também dos embates que a esquerda travou nesse período. Este balanço/homenagem que diversos intelectuais fazem de sua obra é um claro desmentido aos teóricos apressados, tão em moda há algum tempo, que advogam, de maneira rasa, o fim da história e a morte do marxismo.
Luiz Roberto Salinas Fortes foi vítima do expurgo contra intelectuais nas universidades brasileiras no início dos anos 1970, período de violenta repressão política e de assassinatos autorizados pela ditadura civil-militar brasileira. Retrato calado é o comovente relato da experiência brutalizante vivenciada pelo autor nos porões do governo de generais. Obra de memórias e de resistência, esta edição conta também com apresentação de Marilena Chaui e prefácio de Antonio Candido.