Um retrato com luz e sombra
Dentro de uma perspectiva de considerar a diversidade de temas e de formas de reabilitação e de revalidação da atual História Política, este livro concentra seu foco no âmbito jurídico-político. Parte de interdisciplinaridade entre História, Direito Constitucional, Filosofia do Direito, Teoria Geral do Estado, Filosofia e Ciência Política para analisar a Constituição de 10 de novembro de 1937.
Paulo Sérgio da Silva é graduado em História (1999) e em Direito (2002), mestre em História (2002) e doutor em História (2006) pela Universidade Estadual Paulista. É professor da Universidade Federal de Uberlândia – Instituto de História – e pesquisador associado ao Grupo de Defesa e Segurança (GEDES) e ao Centro de Estudos Latino-americanos (CELA) da Unesp, câmpus de Franca.
Personagem dos mais importantes na história do Brasil, Joaquim Nabuco é visto neste trabalho de maneira original. A ênfase recai sobre como ele e a British and Foreign Anti-Slavery Society promoveram-se mutuamente. O autor realiza, nesse sentido, um revelador balanço da ação abolicionista de Joaquim Nabuco e de seu trabalho com sociedade antiescravista inglesa para a edificação de sua própria imagem de líder do movimento abolicionista brasileiro.
Busca compreender a presença japonesa em Pereira Barreto, município localizado na região Noroeste paulista, a partir de suas relações com os não japoneses. O estudo mostra que o limite entre ser ou não nipo-brasileiro é extremamente mutável. O diálogo entre as duas culturas envolve um mundo de relações simbólicas e práticas em constante mutação, que tem a sua origem na implantação de uma colônia japonesa na região, em 1920.
O objetivo principal de Marcelo Passini Mariano nesta obra é investigar como a política externa do Brasil, o principal integrante do Mercosul, relaciona-se com o bloco regional e de que maneira se revela na sua configuração e nos seus impasses. A partir de análises que entendem que a crise vivida pelo bloco não decorre exclusivamente de questões comerciais, o autor afirma que parte dos desafios atuais do bloco regional tem origem na própria concepção da política externa brasileira, que privilegia sua expansão para o restante da América do Sul em detrimento do aprofundamento da integração.
Assim, em A política externa brasileira e a integração regional, Mariano discute a hipótese de que, para o Mercosul expandir-se, seria necessária uma mudança em alguns preceitos da política externa brasileira em relação ao escopo dos processos de integração, em especial sobre a questão da autonomia de cada nação.
Quando, em 1985, José Sarney tomou posse como o primeiro governo civil após longos anos de regime militar, o país enfrentava uma grave crise econômica, e o modelo econômico de substituição de importações então vigente – que perdurava desde a década de 1930 –, além de criticado pelo FMI e pelo Banco Mundial, apresentava problemas. Esse contexto, aliado a outros fatores, como a ineficácia das medidas adotadas para controlar a inflação e manter o crescimento do PIB, provocava instabilidade e evidenciava a necessidade de mudanças na política econômica externa brasileira. Essas mudanças aconteceram gradualmente, traçando um novo desenho que buscava o fortalecimento da soberania do país. Neste livro, originalmente publicado em inglês pela Lexington Books (2009) e que agora ganha sua segunda edição em português, Tullo Vigevani e Gabriel Cepaluni delineiam, de maneira clara e encadeada, o caminho histórico que o Brasil percorreu desde então em sua política externa: Sarney e as pressões para a mudança; Collor/Itamar Franco e o turbulento governo que deu início às transformações liberais; Fernando Henrique Cardoso e a absorção e consolidação de mudanças resultantes da globalização, levando à autonomia pela participação; e Lula, com sua ênfase nas negociações comerciais internacionais e na busca de aprofundamento da coordenação política com países em desenvolvimento. Os autores descrevem e analisam empiricamente essa trajetória, demonstrando como a procura por desenvolvimento e autonomia política – que perpassa níveis que vão do distanciamento dos países dominantes à diversificação de parceiros – esteve constantemente presente na política externa do Brasil. A política externa brasileira questiona quais são os principais elementos de continuidade e de mudança e orienta a análise, partindo do pressuposto de que “a autonomia de um país confere a ele condições de construir uma política externa livre de constrangimentos internacionais impostos pelos países mais poderosos”.
O autor vem preencher uma lacuna que ele próprio classifica de surpreendente: a ausência de estudos sobre o grande número de imigrantes não-europeus no Brasil. Trata-se de buscar as formas pelas quais esses imigrantes tentaram definir seu lugar dentro da identidade nacional brasileira e as relações a essas tentativas. Lesser examina o discurso das elites sobre a etnicidade não-européia no século XIX, as maneiras como os imigrantes sírios e libaneses manipularam esses discursos e, por fim, enfocando a imigração japonesa em massa no século XX, como a etnicidade e a economia de uniram para redefinir o que significava ser brasileiro.