Machado de Assis – ensaios da crítica contemporânea foi concebido para ser mais que uma reunião de ensaios sobre a obra de Machado de Assis. Na homenagens ao centenário de sua morte, oferece uma visão plural, variada e representativa das abordagens pelas quais o escritor vem sendo pensado pela crítica contemporânea. Sem assumir qualquer "obrigatoriedade" em adotar esta ou aquela linha interpretiva já consagrada, o presente conjunto de ensaios empenha-se em contribuir com a intricada tarefa de manter o debate de ideias em torno da produção machadiana em um grau de complexidade que, enfim, possa pretender homenagear o alcance obtido pela produção intelectual do escritor.
Autor deste livro.
Lúcia Granja é doutora (1997) em Teoria e História Literária pela Universidade de Campinas (Unicamp) e livre-docente(2016) em Literatura Brasileira pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). É professora de Literatura e Cultura Brasileiras na Unesp, campus de São José do Rio Preto.Pesquisadora da obra de Machado de Assis, especializou-se no estudo das crônicas do escritor e das relações entre Literatura e Jornalismo em sua obra.
Autor deste livro.
Este livro propõe um novo modo de compreender a história literária no século XIX e a escrita literária de Machado de Assis. Lúcia Granja analisa a Poética da escrita jornalística em Machado de Assis, passando pelas crônicas do Diário do Rio de Janeiro e O Cruzeiro, alguns contos e o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas. No hipertexto do periódico cotidiano, a circulação e a hiperligação constantes das formas textuais criaram parâmetros de referencialidade e literaridade deslizantes, que mimetizou e com os quais dialogou a obra de nosso maior escritor. A partir das crônicas, a autora demonstra os procedimentos e os recursos textuais na gênese do narrador machadiano revelado nos romances da fase madura do Bruxo do Cosme Velho.
Ao reunir visões de especialistas de diversos países sobre o legado de Machado de Assis, este livro mostra a abrangência atual dessa linhagem critica, assim como a multiplicidade de abordagens que o mestre permite e estimula. Poeta, romancista, dramaturgo, contista, jornalista, cronista e teatrólogo, Machado evoca diálogo cada vez mais intenso, sofisticado e sem fronteiras.
Hélio de Seixas Guimarães há muitos anos se debruça não só sobre a obra de Machado de Assis, mas também sobre sua recepção pela crítica e pelos leitores. Nesta obra, contudo, ele não tencionou compor uma história dessa recepção, missão já realizada em outros trabalhos – como, por exemplo, os de José Galante de Sousa, Jean-Michel Massa e Ubiratan Machado, que têm procurado organizar a fortuna crítica mais extensa das nossas letras. Seu objetivo, neste livro resultante da tese de livre-docência defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, foi estabelecer quatro momentos considerados como de inflexão na percepção e no entendimento do que o autor entende como um processo de construção de quatro figuras de Machado: o escritor excêntrico, o mito nacional, o escritor internacionalizado e o autor realista.
O Rio de Janeiro da virada do século XIX é o cenário deste livro de Rosa Belluzzo, que nos convida a um passeio pela obra de Machado de Assis e suas referências gastronômicas. Arguto observador de sua época, o fundador da Academia Brasileira de Letras vivenciou as grandes metamorfoses da sociedade fluminense. As inovações geradas durante o Segundo Império e a nascente República foram acompanhadas pelo florescimento de cafés, restaurantes e confeitarias. Uma nova sociabilidade urbana se insinuava, com saraus, teatros e clubes sociais, em meio ao ranço patriarcal rural de outrora. Machado participava ativamente dessa vida cultural incipiente, da qual não falta um cintilante avanço da sofisticação gastronômica. Não por acaso, despontam na obra do cronista os novos hábitos culinários, como o serviço de mesa à francesa, registrado no conto “As bodas de Luís Duarte”, ou a presença de estrangeiros contratados como cozinheiros, observada em Quincas Borba. A partir dos textos de Machado, de comentaristas e de historiadores, Rosa Belluzzo revisita as impressões e os sabores que o escritor experimentou. Com o auxílio de farta iconografia da época e de receitas então apreciadas, a obra avança no conhecimento da história cultural dos tempos machadianos. Assim, permite vislumbrar algo desse período e, no autor genial, o ser humano que partilhou dores e prazeres (inclusive culinários).
Machado de Assis esteve na vanguarda da crítica literária brasileira, numa época em que ainda não se estabelecera um cânone literário nacional. Este volume reúne textos de sua obra crítica extraídos de jornais da época, revistas e primeiras edições, muitos deles nunca publicados em livro.