Filho da Córsega, general da Revolução, primeiro cônsul, imperador, proscrito e depois triunfante, mesmo após sua morte Napoleão influenciou o andamento das questões francesas, europeias e mundiais. Mais que uma simples biografia cronológica do homem cujo mito causa ainda forte impressão à humanidade, esta sintese transparente propõe uma reflexão sobre a vida, a obra e a herança de Napoleão, partindo do princípio de que atualmente é possivel discutir o tema sem as paixões de antigamente e com o distanciamento necessário ao historiador.
Thierry Lentz é diretor da Fundação Napoleão e responsável pelos cursos no CELSA (Paris IV-Sorbonne). É autor de várias obras sobre o período napoleônico, entre elas Le Grand Consulat, 1799-1804 (Fayard, 1999).
Como Maomé tornou-se chefe de uma religião? O que é uma Casa da Sabedoria? No passado, os árabes inventaram muita coisa; e hoje em dia, eles não inventam mais nada? Essas são algumas das perguntas que Tahar Ben Jelloun toma como ponto de partida para apresentar as características essenciais da civilização árabe em O islamismo explicado às crianças. Por meio de um diálogo imaginário com uma criança, o autor conduz a narrativa com simplicidade e precisão, percorrendo mais de vinte séculos de História. Seu objetivo não é convencer ou defender um ponto de vista religioso. Em vez disso, nas palavras do próprio autor: “falo o mais objetivamente possível sobre um homem que se transformou em profeta, história esta também de uma religião e de uma civilização que deram grandes contribuições à humanidade”.
Este livro de Jean-Jacques Becker revisita o pós-guerra para mostrar as limitações que a diplomacia da época enfrentava. Com rigor historiográfico, o autor rebate o argumento de que o Tratado de Versalhes foi o estopim da Segunda Guerra Mundial ou a antessala do nazismo. Em vez disso, mostra que o acordo – uma árdua tarefa de conciliação entre os povos – lançou as bases de um organismo internacional cujo objetivo seria estabilizar as relações entre os Estados. E defende que se o revanchismo alemão era uma previsível consequência da derrota na guerra, a deflagração de um novo conflito mundial não era inevitável.
Voltaire começa a se interessar pela questão vegetariana por volta de 1761. Esse interesse tardio – ele tinha 68 anos nessa época – parece estar ligado às diversas leituras que fazia quase ao mesmo tempo: o testamento de Jean Meslier, "Emílio" de Rousseau, vários livros sobre o hinduísmo e principalmente o "Tratado da abstinência" (de carne) de Porfírio, ou "Tratado de Porfírio sobre a abstinência de carne dos animais", que fora recentemente traduzido do grego para o francês (1747). A partir de 1762, o tema vegetarianismo aparece regularmente na obra de Voltaire, porém de modo disperso e alusivo. No entanto, o filósofo dedica vários trechos extensos à matança, à carne, aos animais e aos seus sofrimentos. São esses textos que estão aqui reunidos.
Nesta obra clássica e indispensável sobre o tema da escravidão e dos movimentos abolicionistas dos séculos XVIII e XIX, o autor Seymour Drescher analisa o aparente paradoxo da escravidão em plena era do Iluminismo. Ele confronta os fundamentos políticos e sociais do "princípio de liberdade" da Europa Ocidental com o papel pioneiro e decisivo do continente na globalização tanto da escravidão quanto da abolição da escravatura.
O século XX é repleto de “certezas” implacáveis. O totalitarismo, segundo Popper (1902 - 1994), tinha por base ideias implícitas na filosofia ocidental, de Platão a Hegel e Marx. Ele desafiou argumentos sobre os quais a esquerda e direita repousavam. Raphael sugere, neste guia, que a épica integridade de Popper pode tê-lo tornado o mais radical pensador do nosso tempo.