Propaganda política no varguismo e no peronismo
Concebido como um jogo dramático, o poder costuma utilizar meios espetaculares quando deseja marcar sua entrada na história. Este livro, ao estudar o varguismo no Brasil e o peronismo na Argentina, mostra como esses governos seguiram o figurino das comemorações e festas cívico-esportivas realizadas na Itália e na Alemanha. A produção de imagens, a manipulação de símbolos e a sua organização em um quadro cerimonial são estudadas dentro de um cenário de autoritarismo, política de massas e teatralização. O mito da unidade nacional e a figura de um líder atrelado às massas mascaram assim as divisões e os conflitos existentes na sociedade.
Maria Helena Rolim Capelato é livre-docente no Departamento de História da USP. É autora de Imprensa e história no Brasil, Os arautos do liberalismo: imprensa paulista 1920-1945 e O movimento de 1931: a causa paulista; e coautora de O bravo matutino: imprensa e ideologia. O jornal "O Estado de S. Paulo" (com Maria LIgia Prado); e História da Folha de S. Paulo (com Carlos Guilherme Mota).
Arte e vida, natureza e cultura não se separam neste livro, fruto de anos de convívio de Lalada Dalglish com as mulheres ceramistas do Vale do Jequitinhonha. Em imagens e palavras, com grande sensibilidade, a autora apresenta o cotidiano e a obra dessas artesãs, que há gerações vêm transmitido às filhas e netas os segredos da cerâmica, ocupação ancestral, misteriosa e sagrada.
Graça a sua precisão e sua simplicidade, Tratado da esfera foi adotado nas principais universidades europeias no final da Idade Média e início do mundo moderno – Paris, Oxford, Viena, Bourges, Bologna, Praga e Lisboa. A partir do século XVI, passou a ser texto básico para a formação dos pilotos que fizeram os grandes descobrimentos marítimos. Caso raro naquela época: um texto saía do mar fechado das universidades para cair na vastidão dos oceanos. Essa obra contém o fac-símile da versão quinhentista.
A terceira edição de Direita e esquerda chega em meio a um cenário econômico global tumultuado por uma das piores crises financeiras do capitalismo. Quando de sua primeira edição, em 1999, Norberto Bobbio, um dos principais pensadores contemporâneos, deu uma resposta a quem preconizava que já não fazia sentido distinguir direita e esquerda, pois na globalização a análise dos problemas políticos e econômicos expandira-se para além das fronteiras dos Estados nacionais: “Parece-me ter ocorrido exatamente o contrário, ou seja, que a distinção não está morta e sepultada, mas mais viva do que nunca”.
Neste livro, o cientista político Paulo Ribeiro da Cunha, ciente das especificidades das Forças Armadas, assim como da riqueza de seus conflitos internos, centra suas análises na presença histórica de uma facção genericamente denominada pelo autor como “esquerda”, desde a Proclamação da República em 1889, até 1964, com a instauração do regime autoritário civil-militar em 31 de março. Nada mais atual. Esta segunda edição, revista e ampliada, vem acrescida de um “Preâmbulo” inédito. Nele, o autor, ancorado na sua larga perspectiva histórica, foca o papel assumido pelos militares no governo Bolsonaro.
Distante tanto do socialismo autoritário quanto da social-democracia, Rosa Luxemburg representa o esforço em pensar o marxismo como política da emancipação. O livro analisa detalhadamente os principais conceitos da autora, tais como a comunidade primitiva e sua perspectiva de “retorno” histórico, enfatizando, ainda, a criatividade histórica, um elemento de unificação da teoria e da prática.