O caráter polêmico e a relevância da obra de David Hume são indisputáveis. Neste livro, discute-se a visão do filósofo sobre a teoria do conhecimento e da ciência, além de tópicos mais particulares, mas nem por isso menos cruciais, como sua crítica ao finalismo, sua relevância para a leitura de Freud e a tese humeana, retomada por Quine, da continuidade entre conhecimento comum e teórico.
João Paulo Monteiro é professor titular aposentado da USP. continuando com orientação de teses. Foi professor catedrático convidado na Universidade de Lisboa e na Universidade Lusófona, também em Lisboa. Escreveu, além de numerosos artigos sobre temas filosóficos em volumes e revistas nacionais e estrangeiros, Teoria, retórica, ideologia (Ática, 1975), Novos estudos humeanos (Imprensa Nacional, LIsboa, e Discurso Editorial, 2003) e Realidade e cognição (Editora Unesp, 2006).
Em sua maioria, os textos que compõem este livro já haviam sido publicados, em outras formas e outras versões, em várias partes do mundo. Revelam, contudo, forte unidade filosófica, a qual passa essencialmente pelos seguintes pontos: um naturalismo aberto, encarando o homem como parte da natureza e nessa condição procurando compreendê-lo e explicá-lo, sem se autolimitar quanto à natureza dos recursos que a essa empresa possam interessar, desde os dados das ciências naturais à analise lógica, um realismo não metafísico, ao mesmo tempo consciente de sua distância em relação ao realismo ingênuo (incluído as ingenuidades do realismo científico) e ciente do papel pragmático do realismo de senso comum; um evolucionismo moderado, que aceita a necessidade de procurar muito do há a explicar acerca dos sistemas vivos em sua história evolutiva, mas não cede a tentação de pretender que essa via seja garante de qualquer explicação em concreto e finalmente uma metafísica prudente, que não se deixa dominar pela ambição de tentar descobrir a natureza última da realidade.
Comumente definida como “teoria do conhecimento”, epistemologia é uma disciplina tradicional dos currículos dos cursos de Filosofia. Neste livro, há uma seleção de autores e posições básicas da área. O exame da contribuição dos principais nomes da epistemologia não se dá numa linha cronológica limitadora. Ao tratar dos filósofos atuais, é mantida a perspectiva do passado que os embasa e, quando os capítulos focam célebres filósofos ou escolas, os estudos são feitos de forma atualizada.
As relações entre Jean Piaget (1896-1980) e os filósofos nem sempre foram pacíficas. Nesta sugestiva e harmoniosa reunião de textos, Barbara Freitag, conhecida socióloga alemã e freqüente colaboradora das universidades brasileiras, examina a obra do criador do Centro de Epistemologia Genética de Genebra, à luz do grande racionalismo ocidental. Os pensadores aqui examinados são Rousseau, Kant e Habermas. Do desenho que se traça de Piaget como antigo filósofo e de Piaget como futuro filósofo, o que acaba sobressaindo, em meio às tendências irracionalistas correntes, é um claro perfil de Piaget como filósofo, com o que o presente livro se revela um importante instrumento crítico para a reavaliação das numerosas "leituras" de Piaget que se fazem no Brasil.
Os artigos que compõem esta coletânea foram publicados entre 1969 e 2005 e têm uma temática persistente: a da vida cotidiana e comum que a filosofia não pode nem deve trair se não quer converter-se em mero jogo de palavras. Para o autor, o pirronismo repensado e rearticulado conforme a linguagem e os problemas filosóficos da contemporaneidade, preserva, no entanto, total consonância com a inspiração original do pirronismo histórico e a mensagem da Sképsis grega continua plenamente atual, respondendo às necessidades filosóficas também de nosso tempo.
O filósofo americano John Searle deve seu renome internacional às suas obras sobre a linguagem e a mente. Neste livro, ele prossegue aqui seu trabalho no campo da filosofia prática, retomando, dentro de sua perspectiva, questões fundamentais: as da liberdade e do poder político. O que é ser livre? Se incluirmos os conhecimentos da pesquisa contemporânea no domínio das ciências cognitivas e da neurobiologia, devemos incluir um certo tipo de correlação com a hipótese do determinismo. Logo, a questão é: qual deve ser a natureza da mente, como fato físico, para que a liberdade seja possível?