Arquíloco de Paros foi um dos poetas mais célebres – ou notórios – da Antiguidade greco-romana; julgavam-no digno de ser nomeado ao lado de Homero e Hesíodo, embora o caráter de sua poesia fosse muito diverso da deles. Não há nenhum comentário moderno sobre Arquíloco que seja abrangente: os poucos comentários antigos desse tipo estão bastante ultrapassados, não só por causa do acréscimo do número de fragmentos, devido às descobertas de importantes inscrições e papiros, mas também por causa das mudanças nas perspectivas dos estudos clássicos, que agora identificam novas perguntas por fazer, além das tradicionais. Este livro representa, porém, um grande passo na direção do cumprimento desse objetivo. Ao escolher um dos temas mais importantes e coerentes nos versos de Arquíloco, o da guerra e da luta, e ao realizar um estudo sistemático dos fragmentos relevantes, a autora oferece uma valiosa contribuição para os estudos arquiloqueios.
Paula da Cunha Corrêa é Professora Associada de Língua e Literatura Grega no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (FFLCH) da Universidade de São Paulo. Bacharel em Letras (FFLCH-USP), obteve título de Mestre em Estudos Clássicos na Royal Holloway Bedford New College (University of London) com a dissertação Harmoniai and Nomoi. Este livro é a tese de Doutoramento defendida em 1995 no Departamento de Filosofia (FFLCH) da Universidade de São Paulo.
Arte e vida, natureza e cultura não se separam neste livro, fruto de anos de convívio de Lalada Dalglish com as mulheres ceramistas do Vale do Jequitinhonha. Em imagens e palavras, com grande sensibilidade, a autora apresenta o cotidiano e a obra dessas artesãs, que há gerações vêm transmitido às filhas e netas os segredos da cerâmica, ocupação ancestral, misteriosa e sagrada.
Esta é a tão esperada terceira edição da excepcional coletânea de ensaios de Chomsky sobre a linguagem e a mente. Os primeiros seis capítulos, publicados originalmente na década de 1960, significaram uma contribuição revolucionária para a teoria linguística. Esta nova edição complementa-os com um capítulo adicional e um novo prefácio, trazendo para o século XXI a influente abordagem de Chomsky.
A autora retoma aspectos históricos e estéticos que relacionam o sonoro ao visual, pesquisando em estudos já realizados das relações dos sons com as cores, com o espaço e com as imagens. Debruça-se, assim, sobre teorias da unidade dos sentidos, estudando a relação entre os sons e a corporeidade plástica, além de pesquisar especificamente os elos entre as artes plásticas e a música. Nesse sentido, retoma a importância do conceito de sinestesia, considerando o homem um ser sensível às mais diversas manifestações artísticas. Partindo da obra do compositor húngaro György Ligeti, o livro mostra como o artista realiza trabalhos que aproximam as obras musicais contemporâneas de um público não especializado e oferece uma experiência do que pode vir a ser uma audição multissensorial.
Essa edição comemorativa dos 20 anos do Barroco Memória Viva reúne artigos de palestras promovidas sobre as preciosidades do barroco, principalmente no Estado de São Paulo, em cidades como Mogi das Cruzes, Itu, Embu e São Roque. Não deixa de lado, porém, a produção dos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Enfoca arquitetura, ornamentação de igrejas, literatura e música, considerando a Igreja como o pólo irradiador de cultura na época do Brasil colonial. Destaca a importância de Frei Galvão como arquiteto e da pintura colonial paulista no universo do barroco brasileiro.
Este ensaio de alto teor filosófico discute novos modos de ler, criticar e praticar a biografia, gênero ainda pouco compreendido no Brasil. Amparado por um amplo repertório de leituras biográficas e teóricas de campos diversos, Sergio Vilas-Boas tece um conjunto de reflexões sobre os valores humanos, os métodos e as técnicas que guiam (ou deveriam guiar) os biógrafos contemporâneos. O texto mescla linguagens dissertativa e narrativa enriquecidas ainda por diálogos interativos com o jornalista Alberto Dines, biógrafo do escritor (e também biógrafo) Stefan Zweig. O que resulta é uma abordagem inovadora e prospectiva, e uma forma de texto ousada, na qual o biográfico e o autobiográfico se fundem transparentemente.