Ensaio de biografia intelectual
Considerada pelo crítico literário Antonio Candido um dos mais importantes livros que já se escreveram sobre temas da literatura brasileira, esta obra de Jean-Michel Massa, quase 40 anos depois de sua primeira edição, tem o grande mérito de mostrar como é indispensável conhecer as fases iniciais do escritor carioca e não se concentrar de maneira excessiva e exclusiva em sua maturidade. Este ensaio modelar de biografia intelectual apresenta, por meio de biografia intelectual apresenta, por meio de uma exploração meticulosa, a produção dispersa do jovem Machado. Enfoca o período entre 1839 e 1870 e o reavalia sem reforçar estereótipos habituais.
Jean-Michel Massa é professor emérito da Universidade Rennes 2, de cujo Centro de Estudos Luso-Brasileiros foi diretor. É autor e organizador de numerosos livros, artigos e ensaios, dos quais se destacam, entre outros: Dispersos de Machado de Assis (1965); Machado de Assis (1965); Machado de Assis traducteur (1969); Bibliographie descriptive, analytique et critique de Machado de Assis – 1957-1'958 (1965); e. em coautoria com Françoise Massa, Dictionnaire Encyclopédique Bilingue Cap-Vert/Cabo Verde (2001).
Considerado o melhor escritor realista português do século XIX, José Maria de Eça de Queiroz (Póvoa de Varzim, 1845 - Paris, 1900), é autor de obras clássicas como Os Maias e O crime do Padre Amaro. Esta biografia utiliza vasta correspondência do artista, parte dela incorporada à Biblioteca Nacional de Lisboa. É possível assim conhecer o homem de humor irreverente e estilo simples e fluente. Eça de Queiroz é apresentado como um idealista sinceramente envolvido com a inserção de Portugal no mundo moderno. Nesse sentido, sua obra jornalística e novelesca pode ser lida como uma crítica ao atraso cultural e uma tentativa de colocar a alma lusa em sintonia com um novo mundo científico do qual Portugal não podia ficar distante.
Diplomata, historiador, político e jornalista, o Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior, Rio de Janeiro, RJ, 1845-1912) é uma das figuras nacionais mais importantes quando se pensa em relações internacionais. Ao estar envolvido em diversas negociações sobre fronteiras, teve papel de destaque na configuração de uma política internacional adaptada às necessidades do Brasil do final do século XIX. Este livro mostra facetas mais pessoais de um homem que teria preparado o terreno para uma aproximação mais estreita do Brasil com as repúblicas hispano-americanas e com os Estados Unidos. O biógrafo constrói o perfil do Barão graças à intensa pesquisa e ao mergulho no arquivo do Itamarati e nas correspondências ativa e passiva disponíveis de uma personalidade recatada e, por isso, difícil de ser conhecida.
O cearense José Martiniano de Alencar (Messejana, 1829 – Rio de Janeiro, 1877) é um dos maiores nomes da literatura nacional. Sua principal característica está no nacionalismo, tanto nos temas quanto na maneira de escrever diferenciada daquela utilizada em Portugal. O presente livro, no entanto, não se debruça sobre a produção literária do escritor, sendo confessadamente uma biografia. Vivenciando um momento de consolidação da Independência, o jornalista, político, orador, romancista, crítico, cronista, polemista e dramaturgo produziu uma obra que constitui um significativo esforço de conceber novos caminhos literários para o país, voltados para a busca de uma identidade nacional e para o resgate das nossas origens.
Bilíngue em português e alemão, os quatro textos clássicos que compõe essa obra mostra como Martinho Lutero (1483-1546) modificou a língua, o imaginário e os valores do cristianismo. Escrito na segunda década do século XVI, o livro abriu novos caminhos para as formas do pensamento moderno.
Versão revisada do livro A vertente grega da gramática tradicional, de 1987, esgotado há muitos anos, título ao qual se acrescenta agora o subtítulo Uma visão do pensamento grego sobre a linguagem, que torna mais transparente o conteúdo da obra. Reedição que surge em um momento de efervescência das bases do ensino de gramática, discussão essencialmente centrada nas críticas à gramática tradicional, que muitas vezes remontam à emergência da disciplina gramatical na Grécia, e que, em geral, são nascidas de um desconhecimento das condições em que a disciplina surgiu. Essas condições é que são tratadas neste livro.