População, família e parentesco espiritual
Este livro, que recebeu o Prèmio ANPUH-Tese, trata de famílias negras de pessoas escravas e livres na província da Paraiba e traz à tona as lutas pela construção de autonomia social e econômica num universo escravista. Enfoca ainda a questão fundiária, mostrando como o fenômeno da apropriaçaõ da terra levou a uma conjuntura marcada por enormes propriedades agrárias. Nesse universo, a escravidão, principalmente no Nordeste, onde as mudanças políticas foram mais lentas, silenciou uma massa de trabalhadores agrícolas, criando a ilusão da ausência do preconceito entre as classes sociais, principalmente em relação aos negros.
Solange Pereira da Rocha é historiadora com graduação na Universidade Federal da Paraíba e pós-graduação (Mestrado e Doutorado) na Universidade Federal de Pernambuco, com estudos sobre a população negra no século XIX. Desde o final da década de 1980 atua em movimentos antirracistas, sendo que em João Pessoa é cofundadora da Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraiba. Entre 2007 e 2009 foi professora da Universidade Estadual da Paraíba e atualmente é professora adjunta I no Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba, e desenvolve projetos de pesquisa envolvendo temas relacionados à escravidão e políticas de ações afirmativas.
Estudo inédito que percorre quase três séculos de nobreza no Brasil. Destaca as mudanças ocorridas ao longo do processo histórico do país, divididas em três fases: do início da colonização até 1750; do ministério pombalino à chegada da Corte ao Rio de Janeiro; e de 1808 ao movimento constitucionalista. Um retrato fiel da nobreza no Brasil Colônia que revela tanto a complexidade da vida familiar, civil, militar e política, como os esforços da nobreza para manter o seu estilo de vida, a qualquer custo.
Ao tomar como fio condutor uma análise da faculdade de julgar, o autor tenta explorar a relação entre lógica, metafísica e política em Kant, para mostrar como as unidades discursivas, ou seja, os conceitos práticos puros, encontram seu modo de realização no uso público da razão, no exercício público da faculdade de julgar. Como institucionalização da atividade reflexionante do julgar, surge a política, por meio da qual as pretensões jurídicas encontram seu meio de legitimidade e correção.
Depois da repercussão de Os sertões, Euclides da Cunha concentrou esforços no desafio de "escrever a Amazônia". Embora inconclusa, devido à morte precoce, essa jornada literária motivou Francisco Foot Hardman a redigir alguns dos vinte ensaios que dão forma e rumo a este A vingança vde Hileia. Mas o livro não se atém apenas ao exame da prosa amazônica de Euclides em suas relações com outros escritores que tentaram representar a região, de Inglês de Sousa a José Eustasio Rivera, de Dalcídio Jurandir a Milton Hatoum. Trabalhando com o conceito de "poética das ruínas", Foot Hardman amplia e diversifica o quadro de análise, seja na critica às visões esquemáticas do Brasil moderno, seja no diálogo com as ciências humanas contemporâneas e com a modernidade literária internacional.
Arte da cozinha brasileira reúne cerca de dois mil verbetes com definições diretas, sucintas, relatando uma ou outra curiosidade, sem fatigar o leitor com referências numerosas. Com humor e erudição, Leonardo Arroyo e Rosa Belluzzo fornecem um panorama das matrizes culturais do nosso vocabulário à mesa.
Os 34 ensaios desta obra analisam criticamente as contribuições e lacunas de autores clássicos das Ciências Sociais sob a perspectiva dos estudos de gênero. Cobrindo um amplo espectro temático – analisando produções que vão de Auguste Comte a Carlo Ginzburg, passando por Claude Lévi-Strauss, Anthony Giddens e Edward Thompson –, estes textos compõem um volume indispensável para os interessados não só em temas relacionados à desigualdade sexual, mas também na própria história do pensamento social.