Em 1976, a Fundação Getulio Vargas, em convênio com o Ministério da Agricultura, lançou as bases de um amplo programa de pesquisas voltado para a História da Agricultura Brasileira, e incluiu, entre as atividades desse programa, um plano editorial cujo único compromisso seria com a ciência e a cultura. O livro não trata de abordar uma História da Agricultura Brasileira, tampouco desenvolver um projeto de pesquisa, a curto prazo, capaz de trazer uma resposta definitiva para os variados problemas que envolvem o conhecimento da evolução agrícola no Brasil em suas múltiplas e, por vezes, desconcertantes facetas; em virtude da complexidade, este primeiro volume inaugura a série tratando do problema do café, pela relevância do tema no contexto da evolução geral do Brasil.
Autor deste livro.
Sempre com a preocupação básica de pensar o corpo humano sob uma perspectiva histórica, este livro traz uma valiosa seleção de textos que, a partir de variadas óticas, abordagens e concepções teóricas, enfocam o corpo ao longo de toda a História do Brasil.
Este livro foi escrito para as pessoas interessadas em conhecer o Brasil agrário de fato. A forte propaganda do agronegócio que se apresenta como modelo absoluto ignora ou descaracteriza o outro modelo agrícola, formado pelo trabalho familiar, de produção em pequena escala e responsável pela segurança alimentar de nosso país. Esses modelos não se coadunam. Em nossas investigações analisamos as disputas entre esses dois modelos de desenvolvimento da agricultura através do debate paradigmático para compreender suas conflitualidades. O leitor perceberá que contestamos a visão linear do paradigma do capitalismo agrário que simplifica a leitura da realidade do campo, tentando incluir todas as relações dentro do modelo denominado agronegócio. De fato, a agricultura é muito mais complexa que o agronegócio e só pode ser compreendida por meio dos antagonismos entre as classes sociais. A análise dos usos da terra é uma maneira de entender como frações
do território agrícola são disputadas para a execução de diferentes modelos de desenvolvimento. Este trabalho revela os paradoxos dessas disputas de modelos e de territórios que geram permanentes tensões. Aqueles que garantem a segurança alimentar são os que dominam a menor fração do território, embora sejam os que geram mais postos de trabalho. Exploram-se aqui as contradições dessa realidade, discorrendo também sobre os stakeholders que fazem parte desse
processo. Cabe, porém, alertar aos leitores que não oferecemos soluções para a questão da conflitualidade, porque ela é da natureza do sistema. Os políticos partidários podem dizer que a questão agrária será solucionada, mas cientificamente é impossível afirmar que o capitalismo conseguirá superar as desigualdades e as destruições que ele gera. A destruição do campesinato é um processo em marcha, em progresso, portanto a luta pela terra e pela reforma agrária é um tema
permanente, que pode ser abafado, mas não esgotado. E, no Brasil, foram os sem-terra, principalmente, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que conduziram um processo de reterritorialização do campesinato ou recampesinização pelas ocupações de terra. Todavia, o fato da recriação não garante a autonomia; ao contrário, a subordinação tem sido o caminho que os assentados têm percorrido nesta longa marcha da resistência camponesa. Nas duas últimas décadas, o agronegócio se territorializou mais rapidamente tanto nas terras dos latifúndios, como nas terras dos camponeses ou na agricultura familiar. As mudanças na matriz energética ampliaram os processos de expansão das commodities, inclusive com o aumento da estrangeirização da terra, sendo um dos fatores que fez refluir a reforma agrária. Essas são algumas das questões tratadas neste livro, que propõe uma nova interpretação para que os leitores entendam a realidade agrária contemporânea à luz de um longo processo histórico.
Este volume reúne vários ensaios sobre o percurso da produção editorial brasileira, durante seus dois séculos de história. Constrói-se assim um retrato multifacetado que expõe as peculiaridades da origem, os desafios do transcurso e o panorama que se descortina para esse elemento essencial da vida cultural do país.
A raiva é um capítulo fascinante na história da ciência e da medicina e é uma doença que acompanha a humanidade desde a Antiguidade. Neste livro, as autoras relatam a história da raiva no Brasil e, durante esse estudo, muitas dúvidas surgiram e as guiaram durante a pesquisa. Os indígenas brasileiros já conheciam a raiva? Como essa doença era vista e tratada nessas culturas? Qual a importância dessa infecção e como era tratada no período colonial e imperial brasileiro? Quais animais estavam envolvidos no ciclo epidemiológico? Os morcegos já eram reservatórios do vírus da raiva quando os europeus chegaram ao Brasil ou a doença foi introduzida pela colonização? Algumas respostas a essas questões foram obtidas em relatos de naturalistas durante viagens por terras brasileiras, revistas médicas, jornais, leis e outras publicações da época em que a doença ainda era chamada de hidrofobia. Nesta obra também são reproduzidas as descrições de receitas milagrosas e os procedimentos curiosos que prometiam a cura da infecção. Este livro dedica especial atenção à história dos Institutos Pasteur no Brasil, das instituições de pesquisa e executoras das medidas de controle da raiva país. Além disso, apresenta a ocorrência e a evolução do conhecimento sobre a doença no mundo e no Brasil ao longo dos séculos e descreve sua situação atual.
Obra de leitura interessante e agradável, de fundamental importância àqueles que se interessam pelo Brasil imperial, retrata Princesa Isabel, de uma forma acurada e leve - uma das nove mulheres que, durante o século XIX estiveram no comando político de nações. O historiador inglês Roderick J. Barman reúne documentação inédita e farto material iconográfico, obtido por meio da própria família imperial, e retrata a vida privada e a trajetória pública de D. Isabel, a princesa imperial e legítima herdeira do trono de D. Pedro II. Uma reconstituição histórica sólida que apresenta o cenário sociopolítico do Segundo Reinado de maneira direta e cativante e aborda o universo de vida feminino e as relações entre gênero e poder no século XIX.