História, culturas e cidades no interior Paulista - Primeira República
Este livro reúne textos dedicados a compreender experiências sociais provocadas pela modernização levada pela economia cafeeira às cidades do interior paulista, durante a Primeira República. Os textos conectam-se ao trabalho de José Evaldo de Melo Doin, docente que orientou os autores por mais de duas décadas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Franca. Melo Doin dedicou-se ao estudo da construção histórica da contemporaneidade, por meio de análises do intricado diálogo entre História, Economia, Ciência Política, Arquitetura e Urbanismo.
Nesta obra, fontes diversas – almanaques, fotos, crônicas, jornais, memórias, álbuns, entre outros – são interpretadas para compreender as vivências urbanas construídas com a chegada de tecnologias e hábitos novos, ao mesmo tempo em que traços de antiga sociabilidade e certos limites materiais e técnicos continuam preservados.
Assim, Ribeirão Preto, Barretos, Mococa, São Carlos, Rio Claro, Batatais, Santa Bárbara D’Oeste e Franca revelam paisagens e cotidianos dotados de tensões, particularidades, permanências e possibilidades.
Humberto Perinelli Neto é professor assistente do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus de São José do Rio Preto. Atua no departamento de Educação e no Programa de Pós-Graduação em Ensino e Processos Formativos da Unesp, campi de Ilha Solteira, Jaboticabal e São José do Rio Preto.
As narrativas reunidas neste volume resgatam a multiplicidade das muitas realidades que se espalham pelo espaço brasileiro, possibilitando ao leitor uma compreensão mais ampla do mundo cultural, político, econômico e social em que o camponês produz e se reproduz. Mergulhando nos diversos aspectos do mundo rural, seus autores oferecem o suporte necessário para o debate sobre o direito à terra no Brasil.
O objetivo dos autores é contribuir para a realização de um campo de conhecimento que se convencionou chamar de História Social do Campesinato. Os textos são o resultado de pesquisas produzidas em diversas universidades brasileiras de distintas regiões do país. Enfocam experiências de luta e a organização de movimentops rurais ocorridos em várias partes do Brasil . O conjunto de artigos tem como principal elemento norteador de reflexão, indagação e inquietude como os pobres do campo, nas mais diversas áreas da nação, procuraram assegurar seus direito à terra, consagrando como costume o direito expresso na primazia da ocupação ou na percepção da injustiça diante dos terratenentes.
Neste livro, Anderson Luis Camelucci procura caracterizar as especificidades da propaganda republicana no município de Franca, procurando evidenciar como as características do republicanismo local contribuíram para moldar as experiências de República nesse período. O autor realiza uma discussão sobre as relações e/ou as linhas de ação política traçadas pelos partidos políticos constituídos no município e esboça o perfil político da elite dirigente de Franca na última década do Império, a fim de avaliar tanto o "terreno" político em que a propaganda republicana se desenvolveu no município, como a adesão dos políticos locais ao novo regime. Camelucci demonstra também como grupos "marginalizados" e "dissidentes" da política local, por intermédio dos jornais Tribuna da Franca e Cidade da Franca, criticaram o "modelo" de República então vigente, e em quais momentos a imprensa local, principalmente o jornal O Francano, saiu em "defesa" desse regime.
A leitura dos documentos dos arquivos do DEOPS/SP, abertos ao público, em 1994, traz à tona um novo instrumental para a análise do papel da delação, na legitimação das práticas arbitrárias desenvolvidas pela Delegacia e permite incrementar a avaliação da importância do Serviço Reservado, na repressão dos movimentos considerados de risco para a ordem social. Esses documentos mostram que a infiltração de agentes nas organizações vigiadas foi uma tática de investigação e intimidação amplamente utilizada. O autor aborda a atuação desses agentes duplos, nas estratégias de contenção desencadeadas sobre o movimento operário durante a Era Vargas, tendo como fontes para análise os documentos elaborados pela polícia política, hoje sob a guarda do Arquivo do Estado de São Paulo. Ao estudar as motivações da opção pela colaboração com a polícia, as formas de cooptação e a identidade dos delatores, o autor traça o perfil profissional dos agentes reservados, ajudando a compreender essa face autoritária de nossa História recente.
As formações do governo paulista e a administração dos municípios são o foco deste terceiro volume sobre a história de São Paulo. Aqui se acompanha a trajetória dos capitães-gerais, presidentes de província e governadores de estado e esclarece as caracteristicas que distinguem ou aproximam São Paulo das demais unidades da federação, constituindo-se em uma região capaz de se autodeterminar e exercer ampla influência política, cultural e econômica.