Com Poesias (1888) e Tarde (1919), entre outras obras, Olavo Bilac (1865-1918) insere seu nome na história da literatura brasileira como um dos principais poetas parnasianos, dos quais é certamente o mais popular, graças à sensualidade decorosa e ao sentimentalismo mitigado, além da habilidade versificatória. Junto a seus contemporâneos, o escritor adquire também sólida reputação como jornalista, orador e intelectual politicamente empenhado.
Neste livro, estão reunidos ensaios que contemplam várias facetas da múltipla atuação pública de Bilac e põem em relevo algumas de suas intervenções em favor da liberdade de imprensa, da democracia, do saneamento e da modernização urbanística do Rio de Janeiro, do serviço militar obrigatório (no contexto da Primeira Guerra Mundial) e do ensino (básico) universal, público, gratuito e de qualidade.
Autor de sátiras e crônicas políticas, Olavo Bilac, nos primeiros anos da República, afirma-se inclusive como um dos mais aguerridos críticos do presidente Floriano Peixoto (1839-1895), que o encarcera e obriga-o a autoexilar-se em Minas Gerais.
Alvaro Santos Simões Junior é professor do Departamento de Literatura e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Assis.
Nesta obra, Costa Lima recupera as acepções históricas e filosóficas da melancolia para estabelecer a articulação desse estado afetivo com a literatura. No percurso dessa investigação, o autor reconhece a condição de “criatura carente” no caráter humano – pathos da melancolia no discurso ficcional e plástico. Com essa tese, o ensaísta irradia sua análise para traços peculiares da produção de dois escritores decisivos da literatura moderna ocidental: o tcheco Franz Kafka e o irlandês Samuel Beckett. Ao fazer esse mapeamento extenso, estudado ora teórica ora textualmente, Costa Lima aponta como a experiência melancólica, na cultura ocidental, afetou de diferentes modos as diversas expressões do pensamento e das artes.
Nova edição do romance "O cromo", de Horácio de Carvalho, publicado originalmente em 1888 e considerado uma das narrativas mais características do movimento naturalista na literatura brasileira. A obra conta a história de Ester, jovem culta e bela que sofre de sintomas de uma doença psicológica, e da relação que se desenvolve entre ela e o médico responsável por seu tratamento, dr. Lins Teixeira.
Ao investigarem “a morte do autor” e a falência da linguagem, os críticos dão com a arma do crime com as impressões digitais de Derrida (1930 - 2004). Nenhum outro filósofo levantou tanta suspeita ou foi tão desafortunadamente desfigurado. Johnson nos mostra que “desconstrução” não significa “destruição” e que em Derrida se pode conhecer o que há de mais relevante sobre nosso tempo.
Ao discutir o que é a gramática e qual é o seu objeto de estudo, este livro valoriza os métodos próprios da investigação linguística e coloca ao leitor um problema fundamental: como é possível ensinar a gramática? Para discutir essa questão – que preocupa a todos os professores de Língua Portuguesa –, o livro esboça um horizonte fascinante em que encontramos a história do surgimento da disciplina gramatical no Ocidente, a relação entre a teoria linguística e a prática das investigações gramaticais e o ensino específico de gramática.
A crítica literária e a lingüística têm nos textos literários um grande desafio. Diversas correntes deixam de lado o texto propriamente dito e colocam em primeiro plano outras ciências, como a sociologia, a história e a psicologia. Lingüista da Universidade de Reims, França, o autor valoriza o papel do leitor como receptor. Entende, portanto, o ato da leitura como um momento em que o prazer estético, obtido pelas relações entre forma e conteúdo, transporta o fruidor a uma outra realidade, criada pelo poder da palavra.