Neste livro, Flo Menezes reúne seus principais textos e retoma a discussão estética sobre a música nova, além de publicar análises inéditas em forma de manuscritos de algumas das principais composições para a cena musical moderna. Os temas estão organizados em três partes: Ensaios, Repetições e Provas, nas quais o autor discorre sobre as vanguardas históricas, a música eletroacústica e sobre algumas de suas obras.
Flo Menezes é compositor e diretor do Studio PANaroma de Música Eletroacústica da Unesp (São Paulo), onde é Professor Titular em Composição Eletroacústica. Detentor dos principais prêmios internacionais em composição, é autor de treze livros publicado no Brasil e no exterior e de cerca de cem obras musicais, executadas nos principais teatros do mundo. Foi tambem professor visitante da Universidade de Colônia (Alemanha).
No panorama contemporâneo, talvez nenhum criador possa igualar-se à importância teórica de Henri Pousseur. Em que pese o fato de que alguns dos conceitos mais importantes para o embasamento de suas teorias e de sua prática compositiva não sejam sempre exclusivos de seu pensamento, noções como polarização, omnipolaridade ou multipolaridade, direcionalidade, projeções e redes harmônicas, citação musical como recurso metalinguístico, periodicidade e aperiodocidade, diagonalidade harmônica, sobredeterminação, entidades harmônicas, entre muitos outros, seriam impensáveis, no amplo espectro de suas significações, sem os escritos de Pousseur.
Este livro é representativo da posição de relevo que a música ocupa na vida – e na obra – de Rousseau, seja em escritos teóricos ou na composição de obras musicais, que lhe renderam certo prestígio na corte de Luís XV. Amante da música antes de ser filósofo, Rousseau recebera como encomenda de Diderot e d'Alembert para a Enciclopédia, em 1749, artigos sobre o tema. O presente Dicionário tem como experiência seminal a redação daqueles artigos. Os verbetes que o constituem, resultado de anos de aperfeiçoamento após a experiência anterior, também refletem preocupações enciclopédicas e filosóficas de Rousseau, bem como reflexões críticas, demarcações de gosto e o posicionamento público sobre sua ideia do que deveria ser a boa música.
Este guia originou-se do desejo da organizadora de conhecer a produção acadêmica relativa à interação dos jovens com a música. A obra abarca 150 títulos nacionais e estrangeiros publicados entre 1996 (quando começa a se desenvolver melhor a temática no Brasil) e 2011 e foi organizada com base na convicção de que investigar as práticas musicais dos jovens é relevante para a compreensão da sociedade contemporânea, da música nela criada e praticada e dos próprios jovens que as recriam – sociedade e músicas –, conforme vão surgindo as novas sensibilidades. O guia foi elaborado também com um viés crítico. E teve ainda o objetivo de compreender a importância da pesquisa sobre música e sobre os processos de aprendizagem presentes nas várias práticas musicais, assim como do estudo das culturas criadas pelos jovens que, muitas vezes, são conceituadas no âmbito acadêmico como subculturas juvenis ou tribos urbanas. Para a organizadora, esta seria apenas uma dimensão da interação dos jovens com a música. Segundo ela, nos estudos baseados nas categorias de subculturas juvenis, a vida dos jovens para além de sua participação nessas expressões mais visíveis – como na família, na escola, no trabalho e até junto a outras práticas musicais – ficaria desconsiderada.
Nesta análise da obra de Villa-Lobos, o autor José Ivo da Silva parte de reflexões acerca das técnicas composicionais que começaram a se destacar no início do século XX. Ao estudar tais técnicas ele vai buscar compreender como elas moldaram o próprio ato de compor e escutar música. Então o livro revisita os últimos 14 anos da produção musical de Villa-Lobos, se concentrando mais especificamente na Fantasia em três movimentos, obra que foi comissionada pela American Wind Symphony Orchestra. José Ivo da Silva utiliza esta peça para avaliar se há algum tipo de transformação estilística no processo de criação de Villa-Lobos neste momento em que ele compõe para um público americano. Sua principal análise vai para como ele utiliza elementos mais tradicionais devido ao maior conservadorismo das orquestras dos Estados Unidos. Seu estudo percorre desde a escolha do nome da obra, procurando outras ocorrências na história da música para o termo “fantasia”, até as técnicas composicionais propriamente ditas. Em um esforço para delinear os traços “emprestados” por Villa-Lobos em sua produção, José Ivo da Silva debate temas importantes para a música como um todo.
A obra apresenta uma coletânea de artigos escritos por Flo Menezes. Muitos dos textos são inéditos, outros foram publicados em veículos nacionais e estrangeiros. O tema que os une é a música de vanguarda: em blocos de textos, ele discorre sobre as vanguardas históricas – Schoenberg, Berg e Webern –, passa pelas referências históricas da vanguarda – Cage, Boulez, Stockhausen, entre outros –, até chegar à música eletroacústica, da qual aborda a história e a estética.