Grande expoente do chamado Parnasianismo brasileiro, Olavo Bilac também teve notável atividade jornalística, na qual sobressaiu especialmente sua veia satírica. Em estilo mais leve que aquele adotado na parcela de sua produção que o celebrizou, produziu textos de caráter multifacetado e que ora são resgatados em edição cuidadosa empreendida por Alvaro Simões Junior. Neste título reúnem-se poemas satíricos que Bilac publicou, principalmente em periódicos, de 1887 a 1905. Os textos estão distribuídos de acordo com a forma adotada: poemas herói-cômicos, esquetes, sonetos, odes, crônicas, canções, fábula e epigramas. Em alguns casos, os versos estão "emoldurados" por trechos em prosa, pois Bilac às vezes os divulgava no bojo das crônicas que publicava a intervalos regulares por compromisso profissional. O livro traz uma seção para as crônicas versificadas, ou seja, para textos que, apesar das rimas e do ritmo regular, realizaram o comentário bem-humorado dos fatos cotidianos, como é próprio da crônica.
Olavo Bilac (1865-1918) foi jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro. Considerado o principal representante do parnasianismo no país, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias.
Possui graduação em Letras - Português/Inglês (1990), licenciatura em Italiano (1993), mestrado (1995) e doutorado (2001) em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e pós-doutorado pela Universidade de Lisboa (2011). Atualmente é professor assistente doutor II da Faculdade de Ciências e Letras de Assis (UNESP). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: periódicos, parnasianismo, decadentismo-simbolismo, realismo-naturalismo, crônica e sátira. Até 2016 responde pela coordenação do Programa de Pós-Graduação em Letras da citada Faculdade
Escritos em diferentes momentos e circunstâncias da carreira do pesquisador Alvaro Santos Simões Junior, este conjunto de dez ensaios trata da produção, circulação e recepção de obras literárias no Brasil a partir do fim dos anos 1800.
O primeiro texto reconstrói o ambiente em que, na virada século 19 para o século 20, da Monarquia para a República, do trabalho escravo para o livre, surgiram novas condições para o trabalho intelectual. O texto seguinte fala de uma modalidade bem-sucedida de atuação profissional dos escritores daquele período - as revistas de ano. Enquanto os romancistas seguiam os passos de Émile Zola e Eça de Queiroz, utilizando linguagem depurada, os “revisteiros” aderiam à metalinguagem e à paródia, e abusavam da fantasia, incorporando os variantes regionais e sociais.
O terceiro e o quarto ensaios ainda olham para aquele momento histórico. Analisam, respectivamente, romances naturalistas brasileiros e notícias a respeito da morte de Zola, oferecendo, ambos, uma ideia de como era complexa relação dos intelectuais brasileiros com os amados e, eventualmente, odiados mestres europeus. O texto seguinte trata da literatura paradidática da Primeira República, à qual se dedicaram sistematicamente vários escritores daquele período.
Os três ensaios subsequentes resultaram de investigação do autor sobre a repercussão do Simbolismo nos periódicos brasileiros e revelam a importância da imprensa periódica para a divulgação e circulação das obras literárias: o primeiro analisa um hebdomadário dirigido de 1893 a 1895 por Artur Azevedo; o segundo examina a atuação de Medeiros e Albuquerque como crítico literário do vespertino A Notícia de 1897 a 1905; o último aborda as intervenções do jovem Paulo Barreto, redator da Cidade do Rio, jornal de José do Patrocínio, contra o Simbolismo brasileiro na virada do século.
O penúltimo estudo da coletânea reflete sobre a obra de Ana Cristina Cesar, autora mais representativa da “geração mimeógrafo”, que criou em pleno regime militar um circuito independente de produção e circulação de obras literárias. Encerra o volume um ensaio sobre a obra de Menalton Braff direcionada ao público jovem.
Ao investigarem “a morte do autor” e a falência da linguagem, os críticos dão com a arma do crime com as impressões digitais de Derrida (1930 - 2004). Nenhum outro filósofo levantou tanta suspeita ou foi tão desafortunadamente desfigurado. Johnson nos mostra que “desconstrução” não significa “destruição” e que em Derrida se pode conhecer o que há de mais relevante sobre nosso tempo.
A crítica literária e a lingüística têm nos textos literários um grande desafio. Diversas correntes deixam de lado o texto propriamente dito e colocam em primeiro plano outras ciências, como a sociologia, a história e a psicologia. Lingüista da Universidade de Reims, França, o autor valoriza o papel do leitor como receptor. Entende, portanto, o ato da leitura como um momento em que o prazer estético, obtido pelas relações entre forma e conteúdo, transporta o fruidor a uma outra realidade, criada pelo poder da palavra.
“A página que tem vocação de imortalidade pode atravessar o fogo das erratas, das versões aproximativas, das leituras distraídas, das incompreensões, sem deixar a alma à prova.” Rubáiyát é uma dessas raras obras que subscrevem a frase emblemática de Jorge Luis Borges. Seus versos, escritos pelo persa Omar Khayyám no início do século XI, permanecem, e ressurgem em versões e traduções que portam sua narrativa peculiar e universal.
Este livro volta-se ao público com uma provocação: o que é a literatura? A pergunta aparentemente simples guarda inúmeras armadilhas. Quais os limites da literatura? Quais são os seus tipos, suas modalidades, seus gêneros? E, mais que isso: como a ideia do que é literatura se alterou com o tempo? Para todas as idades, este texto, por seu tom saborosamente literário, acaba ele mesmo sendo objeto entre os territórios investigados em suas páginas.