Embora reconhecido como o maior dos filósofos britânicos, Hume tem sido subestimado por uma posteridade relutante. De leitura demasiado fluente e agradável para o establishment filosófico, seus trabalhos também incomodaram pela ousadia e alcance. Daí sua caricatura na tradição. Hume, o escocês apontado como responsável pelos piores excessos dos empiristas ingleses, terminou por ser associado a um ceticismo melancólico e desanimador. Mas seu verdadeiro projeto era muito mais amplo e construtivo. Curta, lúcida e de impressionante abrangência, a cativante introdução de Anthony Quinton desvenda o completo panorama do notável empreendimento de Hume para o leitor mais geral, ao qual ele sempre quis de dirigir. Causação, percepção, crença, história, religião, economia, estética e psicologia... Hume explorou todos esses campos e trouxe contribuições originais a cada um deles. E, como revela Quinton, tudo isso com humor e vivacidade. O maior filósofo das ilhas britânicas foi também seu filósofo mais atrativo.
Anthony Quinton, Barão Quinton, reconhecido como o maior dos filósofos britânicos político e moral, metafísico e da mente materialista.
Hegel (1770 - 1831) deu suporte para que seus sucessores, de Marx a Merleau-Ponty, de Kierkegaard a Nietzsche, dessem curso à era moderna. Se a filosofia de Hegel parece tão contemporânea, suas ideias “religiosas” são consideradas anacronismos. Para R. Plant, porém, essa divisão é falsa: em suas investigações religiosas, Hegel enfrentou questões de grande interesse.
Para Marx (1818 - 1883), o ser humano é livre quando produz sem o agulhão da necessidade física. Esta é a natureza essencial de todos os indivíduos. Eagleton nos faz ver que Marx está mais preocupado com a diferença do que com a igualdade e que a liberdade, para ele, implicaria a libertação do trabalho comercial: “superabundância criativa acima do que é materialmente essencial”.
Locke (1632 - 1704) fez pela filosofia o que Newton fez pela física no século XVII. Ambos, porém, são subestimados em nossa época. Locke pela retórica prolixa, Newton pelo mecanicismo. Nesta habilidosa releitura, Ayers restitui a Locke seu lugar no centro da moderna investigação filosófica e explica a importância histórica do projeto filosófico empreendimento pelo pensador.
O filósofo Ayer (1910 - 1989) é mais lembrado por Linguagem, verdade e lógica (1936), que apresentou aos leitores britânicos e americanos o positivismo lógico do Círculo de Viena. Hanfling mostra, nesta introdução às obras de Ayer, como ele, e seu princípio da verificabilidade, transformou essa filosofia num tipo de empirismo britânico, na tradição de Hume.
Escrito em um momento decisivo do debate das vanguardas musicais pós-Segunda Guerra, este livro traz uma proposição maior referente à teoria adorniana da arte. Trata-se da defesa de que a modernidade das obras não está necessariamente vinculada à modernidade dos materiais. Assim, Berg, o compositor pretensamente mais regressivo da Segunda Escola de Viena, pode aparecer como nome fundamental para a compreensão dos problemas que continuam a animar a composição musical.