Apresentando as principais influências que instigaram e inquietaram o pensamento de Norberto Bobbio, e analisando em detalhe seu processo de maturação intelectual, as escolhas e encruzilhadas a que ele foi submetido em sua admirável coerência, Mario G. Losano fornece neste livro uma contribuição decisiva para o entendimento deste filósofo que inspirou e incomodou incontáveis intelectuais, à esquerda e à direita do espectro político, na Itália e em todo o mundo ocidental.
Nascido na Itália em 1939, Mario G. Losano é filósofo do direito, especialista em informática jurídica e brasilianista. É integrante da Accademia delle Scienze di Torino e do Max-Planck-Institut e professor em diversas universidades, sendo professor emérito de Filosofia Jurídica e Informática Jurídica na Università degli Studi del Piemonte Orientale.
Um dos aspectos que caracterizam a democracia é a separação dos poderes, não apenas do Executivo, Judiciário e Legislativo, mas também dos poderes político, econômico e cultural. A unificação desses poderes em um só homem ou em um só grupo recebe um nome em teoria política: despotismo. Quando Silvio Berlusconi – um dos homens mais ricos da Itália e dono de vários dos mais importantes canais de televisão daquele país – assume o cargo de primeiro-ministro, é exatamente isso que acontece. Percebendo o perigo que o fenômeno berlusconiano representava para a democracia, Bobbio voltou ao debate político, questionando o fato de alguém que tem o quase monopólio das redes de televisão se candidatar a um cargo público, indagando sobre as fontes de financiamento da Força Itália, partido de Berlusconi, e criticando a postura da oposição de esquerda. Como em todos os seus livros, Bobbio, mesmo ao tratar de questões italianas, apresenta lições e análises que se aplicam a muitos problemas com os quais o Brasil se defronta cotidianamente. Debruça-se, por exemplo, sobre a configuração volátil da política partidária, afirmando que os pequenos partidos, nascidos de um dia para outro, estão sempre prontos a se voltar para onde o vento soprar, e que, nesse caso, quanto maior for o número de partidos, mais fracas são as coalizões de governo, pois sua consistência depende do acordo dos partidos que fazem parte delas.
Com prefácio de Eduardo Viveiros de Castro, Longe do Brasil traz a público entrevista em que Lévi-Strauss reflete sobre a presença brasileira em sua obra.
Um dos maiores divulgadores da ciência trata de temas clássicos da divulgação científica como o big bang e suas consequências cosmológicas e a questão da criatividade científica. A obra integra a coleção Nomes de Deuses, que originou-se de um programa de entrevistas realizado durante os dois últimos anos da década passada, por Edmond Blattchen.
A correspondência entre Casais Monteiro e Ribeiro Couto marca o início de uma nova fase nas relações entre escritores portugueses e brasileiros. As cartas acompanham a introdução dos autores brasileiros em Portugal e a publicação dos ensaios de Casais Monteiro sobre a poesia de Ribeiro Couto, Manuel Bandeira e Jorge de Lima. A obra mostra ainda, por exemplo, a cumplicidade deles em momentos difíceis, como quando Casais foi preso, a sua indicação por Ribeiro Couto para escrever em jornais brasileiros, o desentendimento entre os amigos em meados dos anos 1940 e a posterior reaproximação.
Como escrever sobre o problema do mal de maneira razoável, sem sobrecarregar o leitor com fórmulas metafísicas da teologia e da filosofia, e, ao mesmo tempo, sem deprimi-lo inutilmente com um compêndio histórico das desgraças humanas, de Adão e Eva à bomba atômica? Terry Eagleton enfrenta esse desafio fazendo deste livro uma espécie de caldeirão das bruxas de Macbeth, com ingredientes diversos, desde os mais sutis até aqueles considerados absolutamente repugnantes.