Neste livro, Elisângela da Silva Santos investiga qual seria o "projeto" de nação - compreendida como projeto político social - na obra destinada ao público infantil de Monteiro Lobato, conhecida também como uma literatura pedagógica. A autora acredita na possibilidade de Lobato ser visto como integrante da galeria de nossos pensadores sociais, pois em seu gênero literário infantil ressoa uma visão de país, um diagnóstico e um projeto de futuro para o Brasil. Nesse sentido, a autora discute a possibilidade de tomar a literatura lobatiana como elemento de compreensão da realidade social brasileira dos anos 1920 e 1930. Assim, Elisângela Santos procura ver na obra de Lobato uma crítica à sociedade em que vivia o escritor que, além de estar preocupado com questões estéticas e linguísticas de seu tempo, sempre formulou críticas à nossa "parasitia intelectual", aos intelectuais e à elite que, segundo ele, assistia de braços cruzados aos diversos problemas de ordem social política e econômica, sem propor alternativas de mudanças.
Possui graduação (2005) e mestrado (2008) em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp). É membro do grupo de estu¬dos em literatura e cinema da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp, campus de Marília, e do conselho editorial da Revista Baleia na Rede. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia da Cultura e Pensamento Social no Brasil e na América Latina, atuando principalmente nos seguintes temas: Brasil, Monteiro Lobato, Literatura, Sociologia, Sociedade, Uruguai, José Enrique Rodó.
Estuda todos os 28 livros de Lobato dirigidos ao público adulto, por meio de ensaios que analisam e interpretam o pensamento social, político e estético do incontrolável autor de Cidades mortas e O escândalo do petróleo. Sua obra adulta apresenta um lado menos conhecido de Monteiro Lobato: visionário, polêmico, empreendedor, inovador, nacionalista, militante.
Escrito a muitas mãos por professores e pesquisadores de diferentes instituições brasileiras, este livrose ocupa do inventor do Sítio do Picapau Amarelo. Precedido de discussões breves sobre linguagem, imagens, ilustrações e práticas editoriais do escritor, cada capítulo dedica-se a um título de sua produção infantil. Além de permitir sempre um novo olhar sobre a expressividade e o significado de cada livro de Monteiro Lobato direcionado às crianças brasileiras, uma das novidades desta coletânea é apresentar o percurso cumprido obra a obra, empreendendo uma visita à oficina do autor e buscando recuperar a forma com que ele se dedicava a reescrever seus textos, promovendo numerosas alterações e renovando, a cada edição, o pacto estabelecido com seus leitores.
A formação do leitor, o contexto da leitura e a produção literária para crianças e jovens no Brasil são as questões centrais desta coletânea, que oferece vasta matéria para reflexão sobre o assunto. O livro reúne artigos de pesquisadores do Grupo de Trabalho (GT) de Literatura Infantil e Leitura da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Lingüística (Anpoll), criada em 1984 para representar a área junto às agências de fomento e aos fóruns responsáveis pelas políticas de pesquisa e pós-graduação no país.
O objeto deste estudo é a obra de Marguerite Duras (1914-1996), escritora, dramaturga, roteirista e membro da Resistência francesa durante a Segunda Guerra. De seu universo ficcional, marcado pela juventude passada na Indochina e pelas novelas psicológicas e herméticas, são analisados quatro livros - um deles, O amante (1984), recebeu o prestigiado Prêmio Goncourt e já foi levado ao cinema. Eles têm em comum a diluição das fronteiras entre o romance e a autobiografia e a profunda reflexão sobre a arte de escrever.
É bem conhecida a afirmação de Dostoiévski sobre os poderes relativos da literatura e da psicologia. Para ele, um psicólogo jamais alcançaria a eficácia do escritor: é na literatura que encontramos um retrato acurado da mente. Mas mesmo para aqueles que reivindicam superioridade para um desses dois polos uma coisa é certa: psicologia e literatura partilham uma ampla fronteira e guardam inter-relações significativas. Essa convivência ao mesmo tempo conflituosa e complementar é estudada por Dante Moreira Leite em vários de seus ângulos. Neste conhecido e influente ensaio, ênfase particular é dada à questão da criatividade, à avaliação de vertentes psicologistas (junguiana, psicanalítica etc.) da análise literária e aos processos psicológicos associados à leitura e ao autor.