Estuda todos os 28 livros de Lobato dirigidos ao público adulto, por meio de ensaios que analisam e interpretam o pensamento social, político e estético do incontrolável autor de Cidades mortas e O escândalo do petróleo. Sua obra adulta apresenta um lado menos conhecido de Monteiro Lobato: visionário, polêmico, empreendedor, inovador, nacionalista, militante.
Marisa Lajolo foi professora na Unicamp e atualmente leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduada e pós-graduada pela USP, tem pós-doutorado e estágios de pesquisa em universidades europeias e norte-americanas. Coordenou o projeto temático que trabalhou com a documentação lobatiana depositada na Unicamp, que resultou no livro Monteiro Lobato, livro a livro: Obra infantil (em parceria com João Luís Ceccantini), que ganhou o Prêmio Jabuti em 2009, na categoria não ficção. Em 2018, também pela Editora Unesp, publicou Literatura: Ontem, hoje, amanhã.
Quais seriam os limites entre uma literatura infantil, ou infantojuvenil, e a literatura “adulta”? Constituiria a literatura infantil um afluente no grande curso da literatura mundial ou seria ela parte integrante e inseparável do todo? A partir de quando terá existido uma literatura com foco específico em um público infantil? Buscando desenovelar essa história, este livro ajusta lentes para enxergá-la de perto, dentro de outra história, a história da literatura no Brasil.
Escrito a muitas mãos por professores e pesquisadores de diferentes instituições brasileiras, este livrose ocupa do inventor do Sítio do Picapau Amarelo. Precedido de discussões breves sobre linguagem, imagens, ilustrações e práticas editoriais do escritor, cada capítulo dedica-se a um título de sua produção infantil. Além de permitir sempre um novo olhar sobre a expressividade e o significado de cada livro de Monteiro Lobato direcionado às crianças brasileiras, uma das novidades desta coletânea é apresentar o percurso cumprido obra a obra, empreendendo uma visita à oficina do autor e buscando recuperar a forma com que ele se dedicava a reescrever seus textos, promovendo numerosas alterações e renovando, a cada edição, o pacto estabelecido com seus leitores.
Neste livro, Thiago Alves Valente faz um percurso panorâmico e histórico da fortuna crítica de A chave do tamanho, de Monteiro Lobato, configurando um quadro por cujas lacunas pretende caminhar. Ao organizar os vários estudos críticos por eixos temáticos (ideologia, pensamento filosófico, cientificismo, questões estéticas), o autor constata que há a "necessidade de empreender uma análise textual em que os elementos estruturais da narrativa possam ser compreendidos sem sua funcionalidade na construção da obra". Com esse intuito, Valente realiza um confronto entre as modificações feitas por Monteiro Lobato nas várias edições do livro para, em seguida, apresentar com rara originalidade sua crítica desse texto lobatiano, comprovando, por meio de elementos que estruturam a narrativa, de que modo os temas centrais da obra de Lobato estão articulados na criação literária.
Neste livro, Elisângela da Silva Santos investiga qual seria o "projeto" de nação - compreendida como projeto político social - na obra destinada ao público infantil de Monteiro Lobato, conhecida também como uma literatura pedagógica. A autora acredita na possibilidade de Lobato ser visto como integrante da galeria de nossos pensadores sociais, pois em seu gênero literário infantil ressoa uma visão de país, um diagnóstico e um projeto de futuro para o Brasil. Nesse sentido, a autora discute a possibilidade de tomar a literatura lobatiana como elemento de compreensão da realidade social brasileira dos anos 1920 e 1930. Assim, Elisângela Santos procura ver na obra de Lobato uma crítica à sociedade em que vivia o escritor que, além de estar preocupado com questões estéticas e linguísticas de seu tempo, sempre formulou críticas à nossa "parasitia intelectual", aos intelectuais e à elite que, segundo ele, assistia de braços cruzados aos diversos problemas de ordem social política e econômica, sem propor alternativas de mudanças.
Apesar da singularidade de Madame Pommery, pode-se dizer que a obra de Hilário Tácito (pseudônimo do engenheiro José Maria de Toledo Malta) acabou quase esquecida pelos críticos literários, em contraste com seu sucesso editorial: com um ruidoso lançamento em 1920, esgotou-se logo a primeira edição. Nesta análise de Madame Pommery, o leitor encontrará a oportunidade de ver realçadas algumas características notáveis dessa obra pré-modernista, um romance de costumes que impressiona seus leitores pela tessitura do texto, pelo requinte da ironia e pela vivacidade da sátira.