A ótica modernista e a visão de Mário de Andrade
Carlos Gomes: um tema em questão concentra-se sobre a vida e a obra de Antônio Carlos Gomes, considerado o “primeiro gênio musical não só da América do Sul como de todo o Novo Mundo”, alguém que alcançou reconhecimento dos intelectuais do início do século XIX e assistiu ao próprio sucesso ser festejado entre diversas camadas sociais.
Lutero Rodrigues é professor-doutor do Instituto de Artes da Unesp. É também regente e pesquisador, tendo priorizado o repertório brasileiro – do passado e do presente –, do qual é grande divulgador. Foi diretor artístico e maestro de diversas orquestras, com destaque para a Sinfonia Cultura – Orquestra da Rádio e TV Cultura, além de ter dirigido festivais e cursos de música. É membro da Academia Brasileira de Música.
Concebido como um jogo dramático, o poder costuma utilizar meios espetaculares quando deseja marcar sua entrada na história. Este livro, ao estudar o varguismo no Brasil e o peronismo na Argentina, mostra como esses governos seguiram o figurino das comemorações e festas cívico-esportivas realizadas na Itália e na Alemanha. A produção de imagens, a manipulação de símbolos e a sua organização em um quadro cerimonial são estudadas dentro de um cenário de autoritarismo, política de massas e teatralização. O mito da unidade nacional e a figura de um líder atrelado às massas mascaram assim as divisões e os conflitos existentes na sociedade.
Nesta pesquisa realizada por Ricardo Alexandre Ferreira são investigadas as histórias do crime e do direito, focando, mais especificamente, no período da escravidão no Brasil. Aqui, através de uma vasta pesquisa documental, o autor analisa como o escravismo aparece referenciado no código penal do Império e as diferenças de punição entre homens livres e cativos. A grande importância deste estudo se encontra na revelação deste aspecto da vida jurídica do Brasil imperial. Por meio de processos e penas redigidas na época, e de relatórios feitos pelas autoridades reportando sua preocupação com a segurança pública, Ricardo Alexandre Ferreira leva o leitor a descobrir as implicâncias sociais e judiciais da separação entre escravos e homens livres.
Tendo como tema a Cultura Histórica, esta coletânea de textos de historiadores e pesquisadores dos mais importantes centros universitários do país procura aglutinar o conjunto de preocupações que envolvem o debate teórico da investigação histórica, neste final de século. A primeira parte discute as crises e as mudanças de paradigmas que vêm ocorrendo não apenas na história, mas em praticamente todas as ciências humanas e se aprofunda na questão de seus fundamentos epistemológicos. A segunda reúne trabalhos pontuais - exercícios de historiografia - que nos permitem observar como as questões teóricas antes levantadas se desdobram concretamente. Trata-se de um livro informativo e esclarecedor, que nos oferece uma descrição qualificada das grandes linhas teóricas da historiografia contemporânea e um panorama bastante significativo de como os historiadores brasileiros se posicionam em relação a eles.
O influente livro de Carlson é uma exposição das teorias sobre o teatro ocidental, dos gregos aos contemporâneos. Dentro desta estrutura, e sem perder de vista o fundamental objetivo didático, o autor procura dar a palavra, sempre que possível, a cada crítico, dramaturgo ou teórico importante do teatro ocidental. Desta maneira, é montado um excelente roteiro de pesquisa bibliográfica apropriadamente complementado por um comentário relevante e judicioso.
Tema de simbolismo tão marcante na identidade de São Paulo, a alimentação é apresentada neste livro como um acompanhamento das informações sobre a história da ocupação e da formação da sociedade paulistana. Rosa Belluzzo demonstra como fusões, associações e confluências de temperos, alimentos, modos de preparo, apresentação e utensílios associados definiram pratos que, em mais de quatrocentos anos, são a identidade da cidade e da região.