Percorrendo um caminho que vai das abordagens de Weber e Durkheim aos debates atuais sobre as questões religiosas, esta obra mostra que as religiões são fatos sociais cuja análise permite compreender melhor as sociedades e sua evolução. O objetivo de Jean-Paul Willaime não é apresentar as denominações existentes, mas sim o modo como se construiu, ao longo do tempo, através de uma pluralidade de olhares, um campo de estudo particular: a sociologia das religiões.
É diretor de estudos do Institut Européen en Sciences des Religions, vinculado à École Pratique des Hautes Études.
Os 34 ensaios desta obra analisam criticamente as contribuições e lacunas de autores clássicos das Ciências Sociais sob a perspectiva dos estudos de gênero. Cobrindo um amplo espectro temático – analisando produções que vão de Auguste Comte a Carlo Ginzburg, passando por Claude Lévi-Strauss, Anthony Giddens e Edward Thompson –, estes textos compõem um volume indispensável para os interessados não só em temas relacionados à desigualdade sexual, mas também na própria história do pensamento social.
A evolução não se contenta em mostrar como era a vida dos seus fósseis mais famosos que se tornam heróis de cinema, como os dinossauros e os mamutes. Na realidade, ela não é um conto ou um mito, mas sim uma crônica fascinante produzida pela ciência que narra a história da vida no nosso planeta. Foram grandes pesquisadores, como Darwin e Lamarck, que nos ensinaram por que há espécies que desaparecem, que se diferenciam ou que são bastante semelhantes. Nesta obra, Pascal Picq explica, em um diálogo animado com um estudante, as principais ideias dessa aventura científica. Muitas vezes distorcida e questionada por fundamentalismos, a evolução não é a "lei do mais forte". Sem ela, no entanto, nós não estariamos aqui. Se nós não a compreendermos, é a vida das gerações futuras que colocaremos em perigo.
Panem et circenses: por qual motivo a elite romana organizava jogos e distribuía trigo para a plebe? Prática diversionista? Clientelismo? Despolitização? Populismo? Esta obra monumental de Paul Veyne reúne uma investigação minuciosa sobre as origens dessa prática tão comum a aristocratas e imperadores. Juvenal via ali a derrocada da república; a massa trocava seus votos por diversão e alimento. Veyne descontrói essa interpretação monolítica e oferece uma complexa chave de leitura para a compreensão dos acontecimentos históricos, sociais e políticos. Mais que simples mecanismo de controle da plebe, a política do pão e circo remete a práticas herdadas das cidades-Estado gregas de comprometimento com o bem comum, as quais tanto embutem um sentido de dever, como também são usadas como demonstração de superioridade. Apropriadas de modo específico pela elite romana, conforme as características de sua sociedade, essas liberalidades oferecidas ao povo são contextualizadas historicamente e caracterizadas por Veyne como “evergetismo” – um fenômeno mais amplo em que, por diversas motivações, aristocratas realçam sua posição social por meio de doações ostentatórias para a coletividade.
Este livro propõe uma abordagem inovadora para o estudo das crises políticas. Em vez de tratá-las como imprevistos ou patologias, Michel Dobry as compreende como a norma das relações sociais. O autor não desconsidera que tais fenômenos possuem aspectos históricos, factuais ou acidentais. Porém, sua reflexão concentra-se na idealização de um esquema teórico que ultrapasse as singularidades em benefício de revelar suas dinâmicas características. Lançado originalmente em 1986, este livro logo se tornou um clássico da área. Nesta terceira edição, traduzida pela Editora Unesp, Dobry revisou o texto e adicionou um prefácio, de 2009, no qual atualiza sua teoria e dialoga com a recepção desta que é sua principal obra.
Mestre nas discussões das relações entre a moral, a ética e a política, o autor argumenta que a serenidade é uma virtude passiva, associada à não-violência, mas que não pode ser confundida com a submissão ou com a concessão. Outros temas discutidos são os elos entre as razões de Estado e democracia, além de temas fundamentais na Europa de hoje, como a tolerância, relacionada ao preconceito, ao racismo e à delicada questão da imigração que está obrigando o Velho Continente a conviver com diferentes crenças religiosas e políticas.