A dinâmica das mobilizações multissetoriais
Este livro propõe uma abordagem inovadora para o estudo das crises políticas. Em vez de tratá-las como imprevistos ou patologias, Michel Dobry as compreende como a norma das relações sociais. O autor não desconsidera que tais fenômenos possuem aspectos históricos, factuais ou acidentais. Porém, sua reflexão concentra-se na idealização de um esquema teórico que ultrapasse as singularidades em benefício de revelar suas dinâmicas características. Lançado originalmente em 1986, este livro logo se tornou um clássico da área. Nesta terceira edição, traduzida pela Editora Unesp, Dobry revisou o texto e adicionou um prefácio, de 2009, no qual atualiza sua teoria e dialoga com a recepção desta que é sua principal obra.
Michel Dobry é sociólogo e professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Foi diretor do Laboratório de Análises de Sistemas Políticos (ISP) e do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS).
Percorrendo um caminho que vai das abordagens de Weber e Durkheim aos debates atuais sobre as questões religiosas, esta obra mostra que as religiões são fatos sociais cuja análise permite compreender melhor as sociedades e sua evolução. O objetivo de Jean-Paul Willaime não é apresentar as denominações existentes, mas sim o modo como se construiu, ao longo do tempo, através de uma pluralidade de olhares, um campo de estudo particular: a sociologia das religiões.
Escritos por pesquisadores e especialistas no tema, os artigos que compõem este volume investigam, sob diversos aspectos, os marcos políticos de nosso recente trajeto republicano. Assim, questões como aquelas ligadas à agenda de proteção social de diferentes partidos, a efetividade das políticas de redistribuição de renda adotadas, a questão tributária e sua relação com a desigualdade social e econômica, a estruturação do orçamento federal, entre outras, são abordadas a partir de dados empíricos e com o devido rigor científico.
Inflação, desemprego, delinqüência, saúde, consumo, analfabetismo são expressos por taxas. Os governos, as instituições e as empresas se orientam por diagnósticos que são calcados sobre pesquisas de opinião. Há uma verdadeira rede, que nos envolve a todos e que se alimenta fundamentalmente das estatísticas. Este livro procura desmontar as bases desse imenso edifício, levantando a questão da objetividade e da legitimidade de inúmeras afirmações que assumem foros de verdade.
Os textos aqui reunidos resgatam o pensamento de Mauricio Tragtenberg, intelectual que concebia o mundo contemporâneo de forma lúcida e clara, em relação à política, ao poder politico e ao Estado. Exemplos acabados de um trabalho comprometido com o projeto libertário de sociedade e que conservam uma atualidade dramática, principalmente quando analisam o muitas vezes aviltante modo de fazer política no Brasil.
Jurista de formação, Tarde, infelizmente, ficou conhecido como o rival histórico de Émile Durkheim e, em sua época, sua obra não obteve o devido conhecimento - muito possivelmente por conta da complexidade e originalidade de suas ideias, além de sua aversão pelo determinismo evolucionista que constituía o mainstream intelectual de fins do século XIX. A presente edição tem o mérito de apresentar ao leitor brasileiro um panorama das principais noções que fundamentam a obra de Tarde, que influenciou filósofos e cientistas sociais como Henri Bergson (1859-1941), Gilles Deleuze (1925-95), Bruno Latour e Eduardo Viveiros de Castro. Além do ensaio que dá título à obra e que constitui a base do inusitado pensamento sociológico tardiano, compõem esta edição "A var iação universal", "A ação dos fatos futuros" e "Os possíveis", além de uma carta autobiográfica de Tarde, uma listagem bibliográfica do e sobre o autor e da instigante apresentação assinada por Eduardo Viana Vargas, organizador do volume.