As viagens dos frades mendicantes nos séculos XIII e XIV
O livro aborda as sagas dos frades principalmente franciscanos e dominicanos, pertencentes a ordens mendicantes e que se arriscaram em perigosas viagens ao Oriente nos séculos XIII e XIV. Para o autor, não foram homens que se expuseram pelo simples prazer ou pela vontade de percorrerem aventurosamente terras desconhecidas e ignotas, antes foram homens cujo objetivo era marcadamente político-religioso, mas agindo dentro de uma nova configuração. Segundo o autor, esses missionários assumiram e definiram para si uma tarefa – a de expandir a fé cristã – que, embora longe de ser uma novidade, ganharia com eles praticamente um caráter duplo. Para dominicanos e franciscanos, viajar e observar a diversidade do mundo exterior, paisagens, povos e costumes não deviam ser tomados como algo pecaminoso, um afastamento das preocupações espirituais, mas sim como um caminho para encontrar as manifestações diversas de Deus no mundo sensível. Dessa forma, eles acabariam por redefinir o próprio sentido missionário, pois, para melhor difundir a fé, era preciso ser iniciado na doutrina cristã e nos seus preceitos e também estar preparado para os obstáculos que se encontrariam e para as variedades do mundo não conhecido, de suas línguas e de seus costumes, peculiaridades, estranhezas e maravilhas.
Autor deste livro.
Franco Cambi, famoso pedagogo italiano, faz aqui uma reconstrução interpretativa geral da história da pedagogia ocidental. O livro aborda um período histórico que vai desde a Antigüidade clássica até o fim da guerra fria. Para cada período, o autor descreve o pensamento educativo hegemônico e suas instituições pedagógicas. Forma de sublinhar o aspecto social da educação, esta prática historiográfica possibilita ao autor tecer considerações a propósito de várias correntes atuais de estudo da escolarização.
Este livro é uma homenagem a dezenove dos principais nomes dos séculos XIX e XX que, em seu tempo, contribuíram para o desenvolvimento da ciência histórica. Sem mistificações ou reverências obrigatórias, os textos deste volume mostram que a História não é apenas evolutiva e subjetiva, mas também que entre os grandes historiadores encontramos correspondência, acumulação e complementaridade.
Da lendária fundação de uma pobre vila, nas margens do Rio Tibre, aos longínquos domínios do Império e sua posterior derrocada, a história romana se escreveu entre mitos e desventuras, heroísmo e perfídia, humanismo e belicismo. Essa epopeia cujas marcas se irradiam pela civilização ocidental ganha contornos renovados neste instigante livro de Pierre Grimal. Latinista reconhecido, o historiador francês nos conduz pelos caminhos do Império com uma linguagem poética e precisa. Roma ressurge, assim, não só como potência política e militar de um mundo em constante conflito, mas também nas motivações filosóficas, artísticas ou religiosas dos homens que fizeram desta cidade a capital do mundo.
A investigação que resultou neste livro problematiza a autoria de uma das obras canônicas sobre a conquista espanhola na Mesoamérica: Historia verdadera de la conquista de la Nueva España, de Bernal Díaz del Castillo. O leitor encontrará aqui a polêmica hipótese levantada por Christian Duverger de que o autor dos relatos de viagem seria ninguém menos que o próprio Hernán Cortés. Seguindo o autor em sua análise de manuscritos, o leitor, em companhia de Cortés, Malinche, Carlos V e outros personagens, terá a oportunidade de se aproximar do âmago desse segredo e tecer suas próprias conjecturas.
São muitos os agentes que, de alguma forma, interferem no processo de produção dos livros. No circuito editorial da Europa moderna, o texto do autor materializado em obra só chegava às mãos do leitor após passar por diversos intermediários: censores, copistas, editores, impressores, revisores etc. Sabendo disso, Roger Chartier nos convida à seguinte investigação histórica: examinar o problema da mobilidade das obras do ponto de vista da tradução dos textos entre os séculos XVI e XVIII. E aqui, vale notar o sentido abrangente do termo: tradução com significado não apenas de passagem das palavras de uma língua a outra, mas também de "translação", isto é, qualquer tipo de mudança verificada nos textos (e, por conseguinte, nas obras) ao longo de suas sucessivas versões, até mesmo nos registros de uma mesma língua.