Se a crise financeira desencadeada em 2007 nos Estados Unidos ameaçava espraiar-se pelo planeta, com efeitos devastadores de longo prazo, hoje analistas econômicos já anunciam alvissareiros que o pior já passou. Porém, que medidas estruturais teriam sido tomadas para reverter a maior crise desde o crash de 1929? Como os organismos multilaterais e as potências globais combateram os efeitos adversos da hegemonização das finanças na economia internacional?
Em vez de ter um ponto final, a débâcle de 2007 coloca assim uma interrogação permanente num sistema econômico global em que a crise não é contingência, mas sim desdobramento previsível. Com rigor analítico, Luiz Afonso Simoens da Silva investiga as entranhas desse dilema contemporâneo e, evitando atalhos, perscruta possíveis alternativas para países como o Brasil em que os efeitos dessa instabilidade permanente das finanças tendem a ser mais dramáticos.
Luiz Afonso Simoens da Silva é doutor em Economia pela Unicamp, membro do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP (Gacint) e pesquisador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) da Unesp.
Para entender a crise política que redundou no impeachment de Dilma Rousseff é necessário tomar em consideração uma dimensão da vida social cuja importância é ignorada ou descurada na maioria das análises disponíveis. As facetas mais visíveis da crise – como a polarização política na eleição presidencial de 2014, a disputa ideológica do neodesenvolvimentismo com o neoliberalismo, as grandes mobilizações de rua pró e contra o governo Dilma, a Operação Lava-Jato e outros embates que marcaram ou que ainda marcam a cena política nacional – devem ser explicadas recorrendo não só aos valores e à organização desses movimentos e instituições, mas, sobretudo, aos confl itos distributivos de classe que atravessaram e atravessam a sociedade brasileira. O exame multifacetado desses conflitos e de suas complexas relações com os embates que agitam a cena política nacional talvez seja a principal contribuição de Reforma e crise política no Brasil.
Um dos maiores best-sellers recentes da França, O horror econômico faz o balanço da atual crise global do trabalho. Para Forrester, o quadro de crise demonstra uma das verdades maiores do capitalismo pós-industrial: a nova estrutura de produção, presente tanto nos países centrais quanto nos periféricos, não proverá emprego para a população ativa. Isso nos coloca diante de um impasse. Os problemas implicados por essa realidade econômica aparecem como um drama moral que questiona o próprio projeto civilizatório da modernidade.
Obra clássica que apresenta uma seleção de artigos e trabalhos avulsos, de alta qualidade, da professora Alice Canabrava, uma das fundadoras da moderna Historiografia Econômica no Brasil. Relata a História Econômica do Brasil, referindo-se à grande propriedade rural, à influência do Brasil na técnica do fabrico de açúcar nas Antilhas no meado do Século XVII, às manufaturas e indústrias no período de D. João VI no Brasil e à grande lavoura. Aborda um esboço da História Econômica de São Paulo, considerando os níveis de riqueza na capitania de São Paulo (1765-1767), a repartição da terra na capitania (1818), as terras e escravos, as máquinas agrícolas e as chácaras paulistanas. Apresenta, também, Historiografia e Fontes importantes, como Varnhagen, Martius e Capistrano de Abreu, relacionando história e economia, fontes primárias para o estudo da moeda e do crédito em São Paulo, no século XVI, bem como fontes primárias sobre o escravismo.
Produto final de uma extensa pesquisa realizada pelo IEEI, com apoio da Fundação Ford, este livro é o resultado de um projeto, iniciado em outubro de 2004, que procurou verificar as possíveis sinergias que confeririam substância ao acordo de cooperação assinado entre Índia, Brasil e África do Sul no ano de 2003. Em vez de fazer uma análise que contemplasse as estruturas comerciais dos países, suas reivindicações no âmbito internacional e os atributos técnicos que poderiam ser trocados entre os participantes, os autores optaram por uma abordagem considerada mais apropriada: identificar os potenciais pontos de convergência e divergência a partir de uma análise dos padrões de acumulação de cada um dos países, com ênfase em seus elementos estruturantes.
Giacomo Marramao explora as características da modernidade e a função nela desempenhada pela intuição do tempo, tal como se condensa nas categorias de progresso, revolução e libertação. O ponto central do livro reside no desenvolvimento da nova categoria de sociedade antagonista, com a qual procura renovar o pensamento político de esquerda do nosso tempo, a partir do que chama uma ética transpolítica.