Representação e realidade em Antonio Candido
Sem perder de vista o conjunto da obra de Antonio Candido, este livro analisa o modo como ele teorizou o problema da representação da realidade.
Anita M. R. de Moraes é professora de teoria da literatura na Universidade Federal Fluminense. Seus interesses de pesquisa se voltam para a questão da representação, com particular atenção para a representação do outro, ou seja, para as questões da mimesis e da alteridade. Dedica-se especialmente ao estudo das relações entre teoria literária e antropologia e entre literatura e etnografia. Em sua dissertação de mestrado, analisou romances brasileiros de temática sertaneja, investigando a representação do cangaceiro e do jagunço. Em seu doutorado, tratou de problemas teóricos envolvendo a recepção crítica de romances africanos, desenvolvendo reflexões no âmbito dos estudos das relações (e oposições) entre escrita e oralidade, do discurso testemunhal e dos estudos pós-coloniais. Seu interesse pela obra de Antonio Candido se tornou investigação sistemática a partir da pesquisa de pós-doutorado que desenvolveu na Universidade de São Paulo, entre 2008 e 2011. De suas publicações, destaca-se o livro O inconsciente teórico: investigando estratégias interpretativas de Terra Sonâmbula, de Mia Couto (2009).
Este livro é uma defesa a um só tempo lúcida e apaixonada da razão. Nele, como o próprio título diz, um dos mais influentes filósofos norte-americanos da atualidade se questiona sobre o modo como as tentativas de compreender e de justificar chegam a um termo. Aos que defendem a perspectiva subjetivista, segundo a qual a primeira pessoa, do singular ou do plural, se esconde no interior de tudo aquilo que dizemos ou pensamos, Thomas Nagel contrapõe o ponto de vista racionalista, de acordo com o qual a razão pode servir de instância de apelação não só contra as opiniões transmitidas e os hábitos da comunidade, mas também contra as peculiaridades de nossa perspectiva pessoal. Indo de encontro às diversas formas contemporâneas de subjetivismo e de relativismo, o autor sustenta que a idéia de razão remete a métodos de justificação não localizados e não relativos - métodos que distinguem entre universidade legítima e inferências ilegítimas, e que almejam atingir a verdade em sentido não relativo.
O presente livro, mais que um precioso documento do pensamento linguístico indiano, é uma rica fonte de reflexão sobre a linguagem, e, nesse sentido, pode-se estabelecer fértil diálogo entre ele e toda a tradição posterior na área linguística. A tradução, diretamente do sânscrito, resulta de longa pesquisa e de um trabalho meticuloso de reconstituição para os estudiosos brasileiros de um texto notadamente hermético. Vem acompanhada de ensaio introdutório no qual os problemas tratados por Bhartrhari são contextualizados para o leitor não familiarizado com o conhecimento linguístico indiano.
Este livro reúne artigos publicados no Proleitura, jornal que circulou de junho de 1992 a fevereiro de 200, realizado por uma equipe fixa constituída de professores da UNESP ( Assis-SP), UEM (Maringá-PR), UEL (Londrina) e UFMS (Três Lagoas-MS), bem como por destacados colaboradores eventuais.
Sempre primado por um cuidado editorial rigoroso, que permitiu fosse lido com prazer e proveito, seja pelos trabalhos de cunho teórico, relacionados aos avanços dos estudos linguísticos e literários, seja pelos estudos ligados diretamente à aplicação em sala de aula, seja ainda pelas relevantes indicações de leituras e resenhas de obras de variada natureza, presentes em sua páginas, o Proleitura representou uma importante referência para todos quantos se dedicam ao ensino de língua e literatura.
Com esta relação de textos, espera-se possibilitar aos leitores continuar desfrutando, se um modo mais acessível e permanente, das ideias veiculadas no Proleitura, contribuindo com sua reflexão para o desenvolvimento dos estudos da área e, principalmente, fazendo chegar à sala de aula alguns avanços dos últimos anos.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.
Autora de obras de literatura infantil, juvenil e adulta, Ana Maria Machado ganhou recentemente o prêmio Hans Christian Andersen e a láurea de membro da Academia Brasileira de Letras. Obra que reúne dez estudiosos que mergulharam nas diversas facetas da autora, reconhecida pela crítica especializada, por entidades nacionais e internacionais do mundo da literatura, além de ser admirada por seus leitores e pelo papel na formação de leitores críticos.