Recuperando elementos das origens d’As mil e uma noites, este conjunto narrativo portentoso e que desempenhou um papel de imenso relevo para o próprio conhecimento do Oriente por parte do Ocidente, Rosa Belluzo nos leva ao potentado do califa Haroun al-Rashid (763-809), um personagem recorrente dos contos narrados por Sherazade. Foi durante seu califado, em Bagdá, então capital do Império Abássida e cidade com localização privilegiada, entre os rios Tigre e o Eufrates, que a elite árabe deu início ao verdadeiro culto à boa culinária. Trazendo-nos receitas variadas, doces e salgadas, Rosa Belluzo nos leva a um mergulho nas especiarias, aromas e cores da culinária das Arábias. Muito mais que um livro de receitas, trata-se de uma imersão nesse universo sedutor, em sua história e em seus costumes, tudo entremeado com várias das mil e uma narrativas.
Rosa Belluzzo é autora de vasta produção na área de história da alimentação. Seus livros lhe renderam muitos prêmios no Brasil e no exterior. Publicou, entre outros, Cozinha dos imigrantes: memórias e receitas (em coautoria com Marina Heck DBA/Melhoramentos, Prêmio Jabuti 1999); Os sabores da América – Cuba, Jamaica Martinica e México (Editora Senac São Paulo, Gourmand World Cookbook Awards 2004); São Paulo: memória e sabor (Editora Unesp, Prêmio da Académie Internationale de la Gastronomie em 2009); Machado de Assis: Relíquias culinárias (Editora Unesp, 1º lugar no Prêmio Jabuti 2011) e Arte da Cozinha Brasileira (com Leonardo Arroyo, Editora Unesp, 2013, prêmios da Academia Internacional de Gastronomia e da Academia Brasileira de Gastronomia).
O Rio de Janeiro da virada do século XIX é o cenário deste livro de Rosa Belluzzo, que nos convida a um passeio pela obra de Machado de Assis e suas referências gastronômicas. Arguto observador de sua época, o fundador da Academia Brasileira de Letras vivenciou as grandes metamorfoses da sociedade fluminense. As inovações geradas durante o Segundo Império e a nascente República foram acompanhadas pelo florescimento de cafés, restaurantes e confeitarias. Uma nova sociabilidade urbana se insinuava, com saraus, teatros e clubes sociais, em meio ao ranço patriarcal rural de outrora. Machado participava ativamente dessa vida cultural incipiente, da qual não falta um cintilante avanço da sofisticação gastronômica. Não por acaso, despontam na obra do cronista os novos hábitos culinários, como o serviço de mesa à francesa, registrado no conto “As bodas de Luís Duarte”, ou a presença de estrangeiros contratados como cozinheiros, observada em Quincas Borba. A partir dos textos de Machado, de comentaristas e de historiadores, Rosa Belluzzo revisita as impressões e os sabores que o escritor experimentou. Com o auxílio de farta iconografia da época e de receitas então apreciadas, a obra avança no conhecimento da história cultural dos tempos machadianos. Assim, permite vislumbrar algo desse período e, no autor genial, o ser humano que partilhou dores e prazeres (inclusive culinários).
Tema de simbolismo tão marcante na identidade de São Paulo, a alimentação é apresentada neste livro como um acompanhamento das informações sobre a história da ocupação e da formação da sociedade paulistana. Rosa Belluzzo demonstra como fusões, associações e confluências de temperos, alimentos, modos de preparo, apresentação e utensílios associados definiram pratos que, em mais de quatrocentos anos, são a identidade da cidade e da região.
Arte da cozinha brasileira reúne cerca de dois mil verbetes com definições diretas, sucintas, relatando uma ou outra curiosidade, sem fatigar o leitor com referências numerosas. Com humor e erudição, Leonardo Arroyo e Rosa Belluzzo fornecem um panorama das matrizes culturais do nosso vocabulário à mesa.
Recuperando elementos das origens d’As mil e uma noites, este conjunto narrativo portentoso e que desempenhou um papel de imenso relevo para o próprio conhecimento do Oriente por parte do Ocidente, Rosa Belluzo nos leva ao potentado do califa Haroun al-Rashid (763-809), um personagem recorrente dos contos narrados por Sherazade. Foi durante seu califado, em Bagdá, então capital do Império Abássida e cidade com localização privilegiada, entre os rios Tigre e o Eufrates, que a elite árabe deu início ao verdadeiro culto à boa culinária. Trazendo-nos receitas variadas, doces e salgadas, Rosa Belluzo nos leva a um mergulho nas especiarias, aromas e cores da culinária das Arábias. Muito mais que um livro de receitas, trata-se de uma imersão nesse universo sedutor, em sua história e em seus costumes, tudo entremeado com várias das mil e uma narrativas.
Neste livro, Filipe Mendonça faz uma análise da política comercial norte-americana dos anos 1980, mas nos oferece uma visão abrangente. Trata-se de análise especializada, com amplo olhar sobre questões fundamentais para a compreensão daquela política. Por isso o peso que tem a política externa e internacional, sempre focando nas relações dos âmbitos doméstico e internacional. O autor busca, ao longo do trabalho, demonstrar as motivações principais das mudanças na política norte-americana, muito fortemente marcadas pelo Omnibus and Trade Competitiveness Act de 1988, que marca a definitiva implementação do fair trade, internacionalmente conhecido pela revitalização do sistema de sanções pelas Super 301 e Special 301. Trabalho ganhador do disputado Prêmio Franklin Delano Roose-velt de Estudos sobre os Estados Unidos da América 2011, atribuído pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília.