Ensaios sobre a realidade dos estudos científicos
Nesta obra, Latour estrutura sua mais ambiciosa incursão filosófica desde Ciência em ação. Tendo como ponto de partida estudos de caso – seja de cientistas analisando o solo da Amazônia, seja de Pasteur estudando a fermentação do ácido láctico no laboratório –, ele disseca cuidadosamente os componentes aparentes e ocultos das atividades e dos pensamentos dos cientistas. Através desses e de vários outros exemplos o autor percorre a miríade de passos pelos quais os eventos do mundo material são transformados em conhecimento científico e desvela a maneira como os mundos material e humano se associam e são reciprocamente transformados durante o processo.
Bruno Latour é diretor-adjunto e diretor científico da Sciences-Po, em Paris, onde desenvolveu o programa de Experimentação em Artes e Política (SPEAP, na sigla em francês). De sua obra, a Editora Unesp publicou Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora (2011), A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos (2017), Políticas da natureza: como associar a ciência à democracia (2018), A fabricação do direito: um estudo de etnologia jurídica (2019) e Júbilo ou os tormentos do discurso religioso (2020).
Esta coletânea procura oferecer um panorama das tendências contemporâneas hegemônicas das ciências humanas em território anglo-saxão. Partindo das transformações epistêmicas dos últimos cinqüenta anos, o livro aponta para as possíveis perspectivas de transformação. Colaboram nesta pesquisa autores como J. C. Alexander, G. C. Homans, H. Joas, R. Münch, J. C. Heritage, I. J. Cohen, I. Wallerstein, R. Miliband, A. Honneth, T. P. Wilson, além dos próprios organizadores.
Latour proporciona aqui uma audaciosa análise da ciência, demonstrando o quanto o contexto social e o conteúdo técnico são essenciais para o próprio entendimento da atividade científica. Por onde podemos começar um estudo sobre ciência e tecnologia? A escolha de uma porta de entrada depende crucialmente da escolha do momento certo.
O futuro da Europa está em xeque. Porém, engana-se quem imagina que os problemas dos países da comunidade europeia se limitam às questões nacionais. Seus dilemas mantêm um estreito diálogo com questões que extrapolam fronteiras e se relacionam com a dinâmica de uma economia global em intensa transformação, caracterizada por um ritmo frenético e pela ausência de prognóstico sobre seus limites finais. Com essa perspectiva ampliada, Anthony Giddens investiga nesta obra a crise da União Europeia, a terceira mais populosa comunidade política, atrás apenas das que incorporam China e Índia.
Neste livro, Thomas D. Rogers analisa as mudanças sociais e ambientais em quatro séculos da história de Pernambuco, um dos principais centros da produção açucareira no Brasil. A obra enfoca principalmente o período que se inicia com a abolição do regime escravista e vai até o século XX. Revisitando de forma crítica a bibliografia canônica sobre o tema, com destaque para a obra de Gilberto Freyre, Rogers realiza um profundo mergulho no cenário agrícola pernambucano do último século e no quanto ele é tributário dessa história.
Há quase trinta anos, o sociólogo, antropólogo e filósofo francês Bruno Latour vem se dedicando a refletir sobre o casamento, não livre de adversidades, da ecologia com a política. Se não é exatamente recente o boom dos movimentos engajados em ativismo ambiental, é preciso trazer ao debate a questão: diante das transformações climáticas, das agressões sistemáticas das quais o planeta padece, eles têm conseguido efetivo respaldo político? A ecologia política é capaz, afinal, de dar conta desse delicado desafio?