O excepcionalismo internacionalista norte-americano na Segunda Guerra do Iraque
A extinção da segunda grande potência no cenário internacional, após o fim da Guerra Fria, possibilitou aos Estados Unidos reforçar um papel, à época já latente, de universalizar princípios e valores. O aprofundamento e a exploração dessa moral universalizante tornam-se um aspecto fundamental para compreender a atuação dos Estados Unidos, principalmente no âmbito de suas relações internacionais.
Este livro analisa os processos "securitização" empreendidos pelos EUA após o 11 de Setembro, ou seja, o tratamento de conflitos geopolíticos pela via da emergência e da excepcionalidade, com o recurso à exceção e a medidas bélicas emergenciais. Ao mesmo tempo, debruça-se sobre a construção discursiva que acompanhou esses processos de securitização.
Bárbara Vasconcellos de Carvalho Motta tem mestrado em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp/Unicamp/PUC-SP) e bacharelado em Relações Internacionais pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Hoje em dia, falar em destradicionalização parece, de início, estranho, sobretudo em razão da ênfase que algumas formas do pensamento pós-moderno colocam no retorno à tradição. Entretanto, falar de destradicionalização não significa falar de uma sociedade sem tradições – longe disso... Em um contexto de cosmopolitanismo global, as tradições precisam se defender, pois estão sempre sendo contestadas. É de particular importância, nesse aspecto, o fato de o “substrato oculto” da modernidade, envolvendo tradições que afetam os gêneros, a família, as comunidades locais e outros aspectos da vida social cotidiana, ter ficado exposto e submetido à dimensão pública.
Para entender a crise política que redundou no impeachment de Dilma Rousseff é necessário tomar em consideração uma dimensão da vida social cuja importância é ignorada ou descurada na maioria das análises disponíveis. As facetas mais visíveis da crise – como a polarização política na eleição presidencial de 2014, a disputa ideológica do neodesenvolvimentismo com o neoliberalismo, as grandes mobilizações de rua pró e contra o governo Dilma, a Operação Lava-Jato e outros embates que marcaram ou que ainda marcam a cena política nacional – devem ser explicadas recorrendo não só aos valores e à organização desses movimentos e instituições, mas, sobretudo, aos confl itos distributivos de classe que atravessaram e atravessam a sociedade brasileira. O exame multifacetado desses conflitos e de suas complexas relações com os embates que agitam a cena política nacional talvez seja a principal contribuição de Reforma e crise política no Brasil.
Em Justificação e crítica, Rainer Forst discute sua teoria da justificação. Com base em seus trabalhos mais recentes, debruça-se sobre conceitos fundamentais da filosofia política e examina o entrelaçamento com uma teoria crítica da política e os possíveis limites de um pensamento voltado à justiça discursiva.
Neste livro são estudadas, em suas múltiplas implicações, o romance de Jorge Amado (1912-2001), produzido na década de 1930, e o romance neo-realista português, publicado no início da década de 1940. O objeto de trabaho são as obras que se destacam pela ênfase política e pela existência de traços literários convergentes que apontam para a revalorização do realismo e o aprofundamento da temática social. A tese norteadora pretende demonstrar que o projeto estético-ideológico de Jorge Amado foi incorporado pelos neo-realistas na primeira fase do movimento, contribuindo para o surgimento de um novo romance social em Portugal, em que os elementos da composição literária apresentam afinidades estéticas e ideológicas com a narrativa empenhada do autor baiano.
Os artigos que compõem este livro compartilham uma perspectiva comum: a de entender a trajetória histórica de qualquer economia como a síntese de aspectos estruturais, cíclicos e de política econômica. E esse ponto de vista não poderia ser esquecido e tampouco minimizado ao se examinar a experiência recente de desenvolvimento econômico do Brasil, durante os governos Lula e Dilma, com especial destaque para este último período. O seu título, Para além da política econômica, procura exatamente destacar essa abordagem, presente em todos os seus capítulos. A sua recusa a interpretações, ortodoxas ou heterodoxas, para as quais os equívocos na gestão da política econômica responderam, primordialmente, pela desaceleração e crise do experimento desenvolvimentista constitui o traço de união dos vários textos.