Desde sua publicação em 1959, Indivíduos se tornou um clássico da filosofia analítica. Ousado em sua ambição e abrangência, o livro continua a influenciar debates sobre metafísica, epistemologia e filosofia da lógica e da linguagem. Nesta obra, Peter Strawson investiga nada menos do que a estrutura básica do nosso pensamento, apresentando o famoso argumento a favor da metafísica descritiva e contra a metafísica revisionista, segundo o qual a realidade é algo além do mundo das aparências.
Peter F. Strawson (1919-2006) foi professor na Universidade de Oxford desde 1947, assumindo a cátedra Waynete de Filosofa Metafísica em 1968, até se aposentar em 1987. É também autor, entre outras obras, de The Bounds of Sense: An Essay on Kant’s Critique of Pure Reason, Análise e metafísica: uma introdução à flosofa (Discurso Editorial) e Ceticismo e naturalismo: algumas variedades (Editora Unisinos)
Oswaldo Porchat (1933-2017) foi um dos filósofos brasileiros mais importantes. Professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e fundador do Centro de Lógica e Epistemologia (CLE-Unicamp), foi um pensador profundo e irrequieto: adaptou o estruturalismo francês a nosso contexto, mergulhou no silêncio da não filosofia, aderiu à filosofia da visão comum do mundo e, finalmente, rendeu-se ao ceticismo, pelo qual se sentira atraído e ao qual tinha resistido por longo tempo. Explica essa fecundidade o fato de que, a seu ver, filosofia e espírito crítico não se dissociam, não havendo verdadeiro espírito crítico se este não for aplicado às próprias ideias. Quando se pensam dessa maneira os temas da verdade, do conhecimento e da razão, difícil é não terminar como cético. Quais ideias resistem ao poder corrosivo da razão crítica? O ceticismo de Porchat, entretanto, está muito distante da imagem desoladora que usualmente se tem dessa corrente filosófica. É antes uma original e refinada atualização do pirronismo antigo à luz da filosofia contemporânea, ousadamente propondo a elaboração de uma visão cética do mundo. Organizado em duas partes, este livro retoma todas essas mudanças pelas quais passou o pensamento de Porchat, ao traçar um quadro detalhado das suas diferentes fases e examinar suas opiniões sobre temas centrais da filosofia. Uma das originalidades desta obra é interpretar o pensamento de Oswaldo Porchat com a mesma atenção e o mesmo cuidado com que outros livros se dedicam a filósofos de outros países, contribuindo para aprofundar o debate filosófico no Brasil, sem perder de vista o estudante que se inicia na leitura da obra desse notável pensador.
Giambattista Vico é um dos autores que mais influenciaram o pensamento histórico e político do século XIX, de Michelet a Marx e Benedetto Croce. Neste volume, Peter Burke desenvolve uma introdução às principais teses de Vico e aos múltiplos aspectos de sua recepção. Burke defende a necessidade de compreender a obra do filósofo italiano como um evento literário, em virtude de sua força imaginativa que visava convencer o leitor por meio de uma retórica da imaginação.
Nesta introdução, Scruton frisa que as preocupações de Espinosa (1632 - 1677) eram tão simples quanto subliminares e o redescobre em sua sóbria e compassiva simplicidade. Poucos filósofos mostraram interesse tão franco, persistente e honesto em revelar aspectos essenciais da existência. Questões que deveriam ocupar todo ser humano o guiaram em seu empreendimento metafísico.
Embora a felicidade seja baseada nas percepções subjetivas que cada pessoa tem de sua própria situação, compreender esse conceito é importante para a elaboração de políticas públicas nas sociedades modernas. Este livro explora diversas noções de felicidade e as maneiras como são utilizadas em Economia, Sociologia, Psicologia e nas ciências políticas.
Em um mundo que ainda se ressente da pandemia de covid-19 e das perspectivas pouco alentadoras que ela abre, este pequeno e vibrante elogio às massas é um bem-vindo respiro: aqui, Hans Ulrich Gumbrecht – que, em paralelo à sua prolífica atividade intelectual no campo das ciências humanas, é ávido apreciador de esportes (e apaixonado torcedor do Borussia Dortmund) – encontra razões poderosas e vieses inexplorados para elogiar as multidões, explorando com olhar entusiasmado o estado de espírito que elas ensejam.