A publicação deste pioneiro Atlas da Imigração Internacional em São Paulo, 1850-1950, coloca nas mãos dos pesquisadores do tema uma ferramenta de trabalho de grande importância. Historiadores, antropólogos, sociólogos, geógrafos, demógrafos, economistas nele encontrarão um amplo mapeamento do cenário populacional paulista a partir da proibição do tráfico negreiro e do começo do fim da escravidão, em 1850. Particularmente, os dados sobre a imigração estrangeira e a distribuição espacial dos imigrantes definem um panorama muito expressivo de uma mudança demográfica, que foi também mudança social, cultural, econômica e política.
Doutora em História, pesquisadora do Núcleo de Estudos de População (NEPO) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professora do Programa de Pós-graduação em Demografia NEPO/IFCH-Unicamp e bolsista PQ/CNPq.
Doutora em História e Civilização, professora do Programa de Pós-graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), bolsista PQ/CNPq.
Doutor em História, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), coordenador do Arquivo do Estado de São Paulo (AESP) e bolsista PQ/CNPq.
Oswaldo M. S. Truzzi é graduado em Engenharia de Produção (USP), mestre em Administração de Empresas (FGV-SP), doutor em Ciências Sociais (Unicamp) e realizou estágios de pós-doutorado na Universidade de Chicago. É professor associado da UFSCar, onde atua nos Programas de Pós-graduação em Ciências Sociais e Engenharia de Produção. É autor, pela Editora Unesp, de Patrícios – sírios e libaneses em São Paulo (2ª edição, 2009); e coautor de Atlas da imigração internacional, 1850-1950; Repertório de legislação brasileira e paulista referente à imigração e Roteiro de fontes sobre a imigração em São Paulo, 1850-1950 (publicados pela Editora Unesp em 2008).
Este livro procura identificar o mais profundamente possível a documentação relativa às várias etapas do processo migratório. Tarefa quase sempre bastante difícil, uma vez que os instrumentos de pesquisa disponíveis nas diversas instituições visitadas são, via de regra, incompletos, desatualizados e imprecisos. Se alguns conjuntos documentais eram visivelmente relacionados ao tema, outros, no entanto, foram objeto de intensa consulta, com o fim de detectar seu interesse para a questão da imigração. Isso significou, portanto, que foi preciso requisitar e consultar uma enorme quantidade de caixas e volumes de documentação, que foram minuciosamente avaliados pela equipe do projeto. Apontamos para a existência de acervos que, de maneira geral, jamais se consultou de modo exaustivo, em busca do imigrante. É o caso, de todos os registros eleitorais da República Velha, através do qual se permite vislumbrar, de maneira bastante instigante, o processo de inserção social do imigrante na comunidade onde veio a residir.
Este repertório surgiu da constatação de que a legislação referente à imigração não se encontrava sistematizada e facilmente disponível aos pesquisadores interessados no estudo da imigração internacional no Estado de São Paulo no período de 1850 a 1950.
O autor estuda diversos aspectos da vida de sírios e libaneses e seus descendentes, que ainda hoje muitas vezes chamam a si mesmos de "patrícios". Um ponto em comum está na preferência por permanecer no universo urbano, trabalhando como comerciantes autônomos, principalmente em ruas do centro da capital paulista, em pequenas lojas, armazéns, casas de atacado, fábricas de fundo de quintal, residências, cortiços e pensões. O livro apresenta a trajetória social percorrida por essa colônia, formada pelos imigrantes e seus descendentes, entre as décadas de 1890 e 1960, com exceção de um capítulo sobre mulçumanos árabes, cuja referência é mais atual. Pela própria característica da metrópole paulistana de receber grupos étnicos variados que interagem entre si, a obra enfoca as adaptações e as inter-relações provenientes da vinda e da convivência dos "patrícios" com imigrantes de outra nacionalidades e brasileiros de várias origens que moram na cidade.
Italianidade no interior paulista – Percursos e descaminhos de uma identidade étnica (1880-1950) chega ao público como importante referência no campo dos estudos migratórios. Resultado de longa pesquisa, investiga não apenas a chegada de imigrantes italianos às lavouras cafeeiras, mas também o processo de constituição do sentimento de “italianidade” que se completou em terras brasileiras.
Neste livro, Robson Mendonça Pereira investiga as ações de intervenção na cidade de São Paulo na década de 1910 na administração de Washington Luís (1914-1919), período prolífico de discussões sobre a introdução das concepções da urbanística moderna e da dificuldade de sua difusão por conta da opção formal da elite paulista pelas soluções de inspiração haussmanniana. Washington Luís pode ser considerado uma das poucas personalidades a conseguir metamorfosear o discurso da modernização em ação efetiva sobre o espaço da cidade na Primeira República. Como representante da alta burocracia estatal paulista, inaugurou um estilo de gestão administrativa que aliava a racionalidade técnica aos símbolos de uma modernidade triunfante na passagem da Belle Époque para os anos de 1920.