55 anos sem Merleau-Ponty

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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Em 3 de maio de 1961 morria, em Paris, o mais importante fenomenólogo francês, Maurice Merleau-Ponty. Ele defendia que o objeto deve, primeiro, ser percebido em harmonia com sua forma completa para depois se tornar um fenômeno dentro da consciência humana. Deste modo, o indivíduo conclui algo sobre seu feitio e ganha a capacidade de descrevê-lo.

Também representante do existencialismo, Merleu-Ponty nasceu em Rochefort-sur-Mer, no dia 14 de março de 1930. Entre suas obras mais importantes, destacam-se as do campo psicológico, como A estrutura do comportamento e Fenomenologia da percepção, e uma série de ensaios de cunho marxista chamado Humanismo e terror.

Um estudo propõe examinar a função simbólica nos primeiros trabalhos do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty (1908-61) em A primazia do corpo próprio: posição e crítica da função simbólica nos primeiros trabalhos de Merleau-Ponty (264 páginas, download gratuito), de Danilo Saretta Verissimo, tentando abordar, mais especificamente, o papel dela no livro A estrutura do comportamento, publicado em 1942, e na sua retomada crítica dentro da Fenomenologia da Percepção, de 1945. Segundo o autor, o tema, pouco explicitado pelo próprio filósofo, também é objeto de raros debates entre seus comentadores, embora a sua importância na obra de Merleau-Ponty seja inegável.

No primeiro trabalho, Merleau-Ponty, utilizando-se das categorias simbólicas emprestadas da neuropsiquiatria do começo do século XX, caracteriza a corporalidade humana como a capacidade de ultrapassar o caráter imediato das situações vividas. A própria atividade humana, assim, redimensionaria a existência concreta que se denota também, por exemplo, no comportamento animal.

Já na Fenomenologia da percepção, em que o filósofo trata da espacialidade, da motricidade e da expressividade do corpo próprio, Merleau-Ponty prescinde das explicações calcadas na função simbólica, doravante associadas à análises de cunho intelectualista, embora continue a combater o que considera representar uma autonomia crescente da idealização simbólica na dinâmica entre conteúdo e forma.

Filosofia e linguística interagem ao longo da obra Entre palavras e coisas (131 páginas, R$ 28,00), de Maria Silvia Cintra Martins. Inicialmente, são analisados Teeteto e Crátilo, diálogos de Platão. Em seguida, o estudo recai sobre o curso de linguística geral, de Ferdinand de Saussure. Ensaístas como Deleuze, Nietzsche, Hegel, Marx, Husserl e Merleau-Ponty também são ponto de referência para discutir qual é e como funciona a relação entre as palavras e as coisas. A obra ensina, acima de tudo, a duvidar de respostas fáceis e prontas, pois considera a filosofia a ciência da dúvida por excelência.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp