'A formação da leitura no Brasil' ganha nova tiragem

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domingo, 5 de maio de 2024

Especialistas em literatura avaliam como se deu a formação da sociedade leitora no país 

A prática da leitura ainda não está plenamente ativa entre os brasileiros: 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro, de acordo com pesquisa Retratos da Leitura do Instituto Pró-Livro. Nesse cenário, Marisa Lajolo e Regina Zilberman trazem a obra A formação da leitura no Brasil, que acaba de ganhar nova tiragem.

“Apresentamos um traçado consistente do nascimento, da consolidação e das transformações das práticas de leitura da sociedade brasileira, sem ignorar o fato de que cada época, cada obra e cada autor trazem consigo características próprias. Por esse viés, acompanhamos, fascinados, o amadurecimento do leitor – o que, por consequência, também nos esclarece sobre as conexões intrínsecas entre o universo fantasioso (e fantástico) da literatura e o mundo social em que habitamos”, explicam as autoras. 

O livro propõe, além da representação da leitura e do leitor nas obras brasileiras dos séculos XIX e XX, uma reflexão sobre o papel do aparelho escolar no âmbito da criação e veiculação da literatura, e a identificação dos processos de remuneração do intelectual, com suas idas e vindas, avanços e recuos ao longo de duzentos anos de história. “Não ignoramos os aspectos próprios ao universo das letras, como a influência escolar na massificação da literatura, os processos de remuneração do escritor e a questão de gênero. Esta ganha especial relevância na análise da formação de um público leitor feminino, na transição entre os séculos mencionados, quando a mulher, ainda que limitada aos afazeres domésticos, acaba por desencadear a popularização de um filão literário mais específico: a prosa de ficção”. 

Do primeiro ao último capítulo de A formação da leitura no Brasil, da construção do leitor à leitora no banco dos réus, várias histórias se enovelaram. “A emancipação do leitor encena, de certo modo, o processo de libertação de que se originou a sociedade moderna. Nesse sentido, narrar a formação da leitura no Brasil significa também narrar, sob esse viés, a história da modernização de nossa sociedade. Essa história que parece não ter um final feliz sinaliza que também a outra história, a do leitor, não termina bem”.

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Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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