'A gramática do português revelada em textos' ganha nova tiragem

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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Não existe um "mundo da gramática" e "um mundo em que vivemos" em separado

Obra fundamental de Maria Helena de Moura Neves, A gramática do português revelada em textos recebe nova tiragem. 

Neste trabalho, assentado no conceito de que não existe um “mundo da gramática” e um “mundo real”, com doutrina pétrea de um lado e vida como ela é de outro, o “mundo da gramática” passa a ser visto como o mesmo mundo em que nos movemos quando falamos, lemos, escrevemos, ou seja, quando fazemos linguagem.

O espírito deste volume é bem identificável na definição do público a que se destina: “a todos os que querem refletir sobre a linguagem, seu fazer e seu funcionamento, a partir da observação do uso real. O público abrange tanto estudiosos que vão diretamente às obras sobre língua e linguagem para consulta ou leitura quanto (e principalmente) aprendizes que, sentados nos bancos escolares, esperam mais sentido real da vida da linguagem no seu trato com a gramática da língua.”

Em suas mais de 1.300 páginas não se fala apenas da gramática rotular ou esquemática, mas das palavras em seu texto diário, no uso cotidiano. “O livro se dirige pela noção de que o estudo da gramática da língua portuguesa pode e deve centrar-se em reflexões sobre a linguagem nas diferentes situações de uso, nos diferentes gêneros discursivos e nos diferentes tipos (ou sequências) de texto”, anota Maria Helena. 

A obra se estrutura em três partes: na primeira, capítulos de indicações mais gerais sobre questões conceituais de gramática; na segunda, capítulos referentes às diversas classes/subclasses de palavras e seu funcionamento; na terceira, uma seção para consulta, em geral montada sob a forma de quadros. “Este livro apresenta-se declaradamente como portador de “lições”, devendo-se entender, por aí, que o que ele pretende é orientar a condução de uma reflexão sobre o uso linguístico que leve à apreensão daqueles mecanismos gramaticais da língua construidores dos sentidos, dos valores, dos efeitos obtidos”, resume a autora. 

Para o renomado professor e linguista José Luiz Fiorin, a obra de Maria Helena é notável, porque, dentre outros motivos tem uma visão contemporânea da norma, indicando o que se considera o padrão de uso, mas apontando os usos não padrão que são normais. “É uma obra absolutamente necessária para todos os estudiosos da língua, avançados ou iniciantes”, escreve.  

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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