Em obra que ganha nova tiragem, o historiador Michel Vovelle apresenta um renovado quadro interpretativo da derrocada do Antigo Regime francês e de seus desdobramentos
Os mais de duzentos anos que separam a Revolução Francesa (1789-1799) dos dias de hoje serviram para transformar narrativa e legado em ondas que ainda alcançam a civilização na segunda década do século XXI. Olhando para esse inquietante período com uma nova percepção sobre a queda do Antigo Regime e seus desdobramentos está Michel Vovelle, cuja obra A Revolução Francesa 1789-1799 recebe nova tiragem.
“A Revolução Francesa representa um momento fundador essencial, não apenas da história nacional daquele país, mas da humanidade”, define Vovelle. “Os contemporâneos desse acontecimento pressentiram isso e inventaram, logo nos primeiros momentos, o conceito de Antigo Regime para exprimir a cesura irreversível entre um antes sem volta e um depois.”
Ao longo de seis capítulos, Vovelle, um dos maiores historiadores franceses contemporâneos, examina os dez anos que alteraram não só o curso dos acontecimentos na França de Luís XVI, mas ressoaram – e ressoam – por toda a civilização ocidental. “Nossas perspectivas se ampliaram: novos territórios se abriram, sobretudo nas últimas décadas, na história das mentalidades assim como na história cultural, em suma, nos modos de ser, sentir e pensar”, escreve. “A Revolução Francesa oferece nesse campo um quadro privilegiado de estudo: dividida, segundo a expressão de Georges Lefebvre, entre as duas pulsões contraditórias ‘do medo e da esperança’, ela se confronta com a vontade coletiva de fazer nascer um novo homem, um homem ‘regenerado’”.
Com acertos e erros, o período revolucionário, diz Vovelle, permanece um dos mais fascinantes por legar, após tanto tempo, um sistema de valores com os quais se convive ainda hoje. “Seria compartilhar a ilusão de uma época ver que essa década abre caminho para a modernidade, o marco em que, conforme uma codificação própria da França, se insere a transição da história moderna para a contemporânea, que é ainda a história de hoje?”, questiona-se, para buscar uma resposta neste texto essencial.
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