Análise da política externa brasileira mostra a importância da ideia de autonomia

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Trabalho internacional de Tullo Vigevani e Gabriel Cepaluni quebra paradigmas e evidencia como a busca por desenvolvimento e autonomia política esteve sempre presente na história do país

Originalmente publicado em inglês pela Lexington Books (2009), A política externa brasileira: a busca da autonomia, de Sarney a Lula, dos pesquisadores Tullo Vigevani e Gabriel Cepaluni, que agora chega à segunda edição em português pela Editora Unesp, foge do foco tradicional nos países europeus, na China e nos Estados Unidos para quebrar paradigmas em seu campo de estudo. Tendo como tema central a busca por desenvolvimento e autonomia política, descreve e analisa a trajetória das relações externas brasileiras desde a democratização, passando por cinco presidentes, para afirmar a importância das políticas internacionais de países ditos “periféricos”.

Essa autonomia brasileira em relação aos países centrais, mostra o livro, decorre de um distanciamento em relação aos Estados dominantes, enfatizando a soberania e diversificando os contatos, mas sempre buscando participar dos temas e regimes internacionais comandados pelos EUA e os principais países europeus e tentando, se possível, influenciar a agenda desde sua própria tradição e valores. O conceito da autonomia, que substitui a política protecionista e reativa que perdurou durante a Guerra Fria, passa por três fases distintas: a autonomia pelo distanciamento, pela participação e, por fim, pela diversificação.  

E, como nota Philippe C. Schmitter no prefácio, “não obstante, a conceituação inovadora dos autores sobre o avanço do Brasil na conquista de maior autonomia sugere, sim, um “modelo”, que pode ser aplicado na formulação das políticas externas de outros Estados periféricos que tenham ambições similares às do país”. Ou seja, o quadro referencial utilizado para entender a trajetória da política externa brasileira de Sarney a Lula pode ser útil para outras situações e países, ajustando-o a esses diferentes percursos.

Schmitter também observa que, na conclusão, “Vigevani e Cepaluni deixam um Brasil bem diferente daquele com que se depararam no início do livro. O país é agora um importante ator “semiperiférico” na escala global e um ator potencialmente “dominante” na América do Sul”. O entendimento do leitor sobre as relações internacionais e políticas externas também será outro ao final da leitura. 

Sobre os autores – Tullo Vigevani é professor titular da Unesp/Marília, nas áreas de Ciência Política e Relações Internacionais, e professor do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, San Tiago Dantas, da Unesp/Unicamp/PUC-SP. É pesquisador do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT/INEU). Gabriel Cepaluni é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, San Tiago Dantas, da Unesp/Unicamp/PUC-SP e doutor em Ciência Política pela USP, com ênfase em Política Internacional. É professor na área de Relações Internacionais da Unesp/Franca.

Título: A política externa brasileira: a busca da autonomia, de Sarney a Lula – 2ª edição
Autores: Tullo Vigevani e Gabriel Cepaluni 
Número de páginas: 180
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 48,00
ISBN: 978-85-393-0657-2

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp