As contribuições de Ilya Prigogine, ganhador do Prêmio Nobel de Química

Notícia
Notícias
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Ilya Prigogine (1917-2003), químico russo naturalizado belga, nascido em 25 de janeiro, ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1977 por seus estudos em termodinâmica de processos irreversíveis com a formulação da teoria das estruturas dissipativas. Mas sua produção também visa à divulgação científica.

Em homenagem ao centenário de seu aniversário, a Editora Unesp destaca dois títulos do autor que abordam química e filosofia da ciência: As leis do caos (110 páginas, de R$ 28 por R$ 22,40) e  O fim das certezas - 2ª edição (208 páginas, de R$ 46 por R$ 36,80). Os livros estão com preços promocionais até 30 de janeiro. 

No início, como ensina a Bíblia, era o caos, termo que permanece, até hoje, associado à noção de instabilidade dinâmica, desordem e imprevisibilidade, sendo geralmente visto como algo temível que, por ser impossível de ser entendido, deve ser evitado ao máximo. Em As leis do caos, no entanto, mostra o outro lado da questão, inserindo o caos nas leis da natureza, relacionando-o a noções de probabilidade e de irreversibilidade. O autor mostra como, em se tratando de caos, não se pode trabalhar com situações individuais associadas a trajetórias e a funções de onda, mas sim com descrições estatísticas, que tornam possível evidenciar o aparecimento de uma simetria temporal quebrada. 

O ato de reconsideração do conceito de caos conduz a uma nova coerência, permitindo o desenvolvimento de uma ciência que não fale apenas de leis, mas também de eventos. 

Nessa linha de raciocínio, para Prigogine, a instabilidade, ou seja, o caos, tem duas funções fundamentais: a unificação das descrições microscópicas da natureza e a formulação de uma nova teoria quântica, baseada na noção de probabilidade daquilo que tradicionalmente se conhece como "leis da natureza". 

A ciência começa, assim, a estar em condições de descrever a criatividade da natureza e o tempo, que passa a ser visto cada vez mais como um aliado da natureza, não como um determinante necessariamente associado a um inevitável e tenebroso final dos tempos. 

As questões estudadas em O fim das certezas - O universo é regido por leis deterministas? Qual é o papel do nosso tempo? - foram formuladas pelos pré-socráticos na aurora do pensamento ocidental. Elas nos acompanham já há 2 mil anos. Hoje, os desenvolvimentos da Física e das matemáticas do caos e da instabilidade abrem um novo capítulo nessa longa história. Atualmente percebemos esses problemas sob um novo ângulo. Podemos, a partir de agora, evitar as contradições do passado.

"Tentei apresentar essa transformação conceitual, que implica a abertura de um novo capítulo da fecunda história entre a Física e as matemáticas, sob uma forma legível e acessível a todos os leitores interessados na evolução das novas ideias sobre a natureza. Estamos apenas no início desse novo capítulo da história do nosso diálogo com a natureza", afirma o autor sobre a obra. 

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp