Considerada pelo prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz “tão relevante hoje quanto na época da sua primeira publicação, em 1942”, o texto de Joseph A. Schumpeter Capitalismo, socialismo e democracia, lançado pela Editora Unesp em 2017, ganha nova tiragem. Depois de pouco mais de 30 anos (a última edição brasileira foi publicada em 1984), os leitores brasileiros podem aproveitar o texto do clássico das Ciências Econômicas integralmente com nova tradução, assinada por Luiz Antônio Oliveira de Araújo.
“A tese que vou me esforçar para demonstrar é de que o desempenho presente e futuro do sistema capitalista é tal que rejeita a ideia do seu colapso sob o peso do fracasso econômico, mas que o seu próprio sucesso solapa as instituições sociais que o protegem e cria, ‘inevitavelmente’, as condições nas quais ele não poderá viver e que designam claramente o socialismo como o seu herdeiro legítimo”, escreve Schumpeter.
Para defender esse ponto de vista, de que o capitalismo falhará não por suas contradições, mas, sim, pelo seu êxito, o pensador dividiu seu livro em cinco capítulos, em que o autor começa por esmiuçar a doutrina marxista para, em seguida, avaliar quais as chances de o sistema capitalista sobreviver. Em seguida, fala sobre o funcionamento do capitalismo, além de socialismo e democracia e tece breve histórico dos partidos socialistas.
“Tornou-se uma obra clássica não só na economia como na ciência política”, anota Stiglitz no prefácio da obra. E, para ele, a atualidade do texto reside no fato de o capitalismo enfrentar uma nova ameaça, “não do socialismo, mas da direita, dos próprios capitalistas: no presente, a questão é principalmente a de salvar o capitalismo dos capitalistas, de uma forma de estatismo muito pior, em certos aspectos, que o socialismo, algo que chamei de ‘welfarismo empresarial’, no qual o poder do Estado é usado para proteger os ricos e poderosos, não os pobres e a sociedade em geral”.