Clássico sobre a Revolução Alemã ganha edição revista

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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Historiadora Isabel Loureiro mostra como os socialistas perderam a oportunidade de mudar a história do país, abrindo caminho para a queda da República de Weimar e a ascensão do nazismo

O ambiente político na Alemanha em fins da segunda década do século XX estava bastante agitado. A manutenção de uma estrutura de poder que sustentava os privilégios da aristocracia agrária prussiana entra cada vez mais em conflito com a crescente modernização econômica. E a derrota na I Guerra Mundial não ajudava a acalmar os ânimos. Nesta era de transformações profundas, parece ser o palco ideal para a primeira vitória do socialismo em uma nação industrializada. Mas não foi o que aconteceu. Em A Revolução Alemã [1918-1923] -2ª edição revista, a historiadora Isabel Loureiro percorre os motivos que possibilitaram a vitória dos conservadores, levando à queda da República de Weimar e à ascensão do nazismo. Lançada originalmente em 2005 pela Coleção Revoluções do Século 20, a obra ganha ora edição revista pela Editora Unesp.

A derrota na revolução alemã deixou uma marca indelével na esquerda do século XX e a disputa com a social-democracia expõe as divergências teóricas e práticas que abriram o “abismo insuperável entre socialistas ‘moderados’ e ‘radicais’”. Como ponto de inflexão na “longa caminhada” da Alemanha rumo ao Ocidente (que o historiador H.A. Winkler afirma ter se completado somente após a reunificação de 1990), é fundamental entender esta derrota para acompanhar o calvário alemão que a segue: “o Terceiro Reich, uma nova guerra mundial, uma segunda e maior derrota, a perda da unidade nacional e da soberania”.

Revisitar a derrotada Revolução Alemã é refletir sobre como foi possível a chegada de Adolf Hitler ao poder. É examinar a caracterização de toda a tragédia subsequente: seria ela uma “fatalidade alemã” ou algo evitável. É também resgatar o ideal de uma democracia radical encarnado nos conselhos de operários e soldados. Este “tesouro perdido” da tradição revolucionária de que nos fala Hannah Arendt, filósofa política alemã de origem judaica, ficou à espera de sua realização e ainda interpela os que buscam, nas palavras de Emília Viotti da Costa, organizadora da Coleção Revoluções do Século 20, um futuro “em que liberdade e igualdade sejam compatíveis e a democracia seja sua expressão”.

Sobre a autora – Isabel Maria Loureiro nasceu em Santiago do Cacem, Portugal. Fez o mestrado sobre a “Vanguarda Socialista” (1945 – 1948), jornal editado no Rio de Janeiro por Mário Pedrosa, e o doutorado sobre as ideias políticas de Rosa Luxemburgo, ambos no Departamento de Filosofia da USP. Foi professora do Departamento de Filosofia da FFC da UNESP, Câmpus de Marília, de 1981 a 2003. Publicou, pela Editora Unesp, Rosa Luxemburgo – Os dilemas da ação revolucionária, e a trilogia Rosa Luxemburgo, com os mais importantes escritos da revolucionária alemã: Volume 1, de1899 a 1914; Volume 2, de 1914 a 1919; e Volume 3, de 1893 a 1919.

Título: A Revolução Alemã [1918-1923]  - 2ª edição revista
Autor: Isabel Loureiro
Número de páginas: 218
Formato: 10,5 x 19 cm
Preço: R$ 32,00
ISBN: 978-85-393-0826-2

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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