Data enseja discussão sobre o racismo e seus desdobramentos
Em 20 de novembro, celebra-se no Brasil o Dia da Consciência Negra. A data foi escolhida como forma de homenagear o líder quilombola Zumbi dos Palmares, morto nesse dia, e fomentar a luta antirracista, bem como discutir o empoderamento negro e convidar à reflexão sobre temas ligados às desigualdades persistentes entre brancos e negros no Brasil.
Essa desigualdade se acentuou, sobretudo, por conta da pandemia de covid-19, cujos efeitos serão sentidos por décadas a fio. A pesquisa Educação não Presencial na Perspectiva dos Estudantes e suas Famílias, por exemplo, constata que estudantes negros e pobres foram os que mais sofreram com as restrições impostas pelo vírus, demorando mais a acessar atividades escolares remotas e não conseguindo ampliar o acesso a computadores com internet.
As dificuldades se traduzem no emprego e na renda também. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) compilados em um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sete em cada dez brasileiros que perderam o emprego desde o início da pandemia são negros.
Em homenagem à data, a Editora Unesp selecionou livros de seu catálogo que contribuem para o entendimento sobre o racismo e a luta diária em busca de sua superação. Os títulos estão com 25% de desconto até o final do mês.
Confira abaixo:
Seymour Drescher | Páginas: 144 | De R$ 148 por R$ 111
Nesta obra clássica e indispensável sobre o tema da escravidão e dos movimentos abolicionistas dos séculos XVIII e XIX, o autor Seymour Drescher analisa o aparente paradoxo da escravidão em plena era do Iluminismo. Ele confronta os fundamentos políticos e sociais do "princípio de liberdade" da Europa Ocidental com o papel pioneiro e decisivo do continente na globalização tanto da escravidão quanto da abolição da escravatura.
A paz das senzalas: Famílias escravas e tráfico atlântico c.1790- c.1850
Manolo Florentino e José Roberto Góes | 211 páginas | De R$ 50 por R$ 37,50
Este esforço de investigação é um capítulo particularmente interessante dos estudos históricos recentes sobre a escravidão, porque contém modulações importantes não apenas no estilo de conceber as relações familiares escravas, mas também de interrogar o passado e reescrever a história. Foi a incorporação de novos tipos de fonte que permitiu conhecer melhor o que, até então, era tido por incompatível com o cativeiro.
Emília Viotti da Costa | Páginas: 144 | De R$ 54 por R$ 40,50
Por que o regime escravocrata foi repudiado no Brasil com tanta veemência em 1888, depois de ter sido aceito sem objeções durante séculos? Por que o projeto que decretou seu fim foi encaminhado com tanta urgência? Estas são algumas das questões que Emília Viotti da Costa, uma das maiores historiadoras brasileiras, pretende responder nesta obra, publicada originalmente em 1987. Em linguagem acessível inclusive para o público leigo, a autora apresenta o complexo cenário político, econômico, social e ideológico que levou à abolição no país, enfatizando que, embora tenha sido uma conquista, a libertação dos escravos foi apenas um primeiro passo em direção à emancipação dos negros no Brasil.
Thomas D. Rogers | Páginas: 354 | De R$ 94 por R$ 70,50
Neste livro, Thomas D. Rogers analisa as mudanças sociais e ambientais em quatro séculos da história de Pernambuco, um dos principais centros da produção açucareira no Brasil. A obra enfoca principalmente o período que se inicia com a abolição do regime escravista e vai até o século XX. Revisitando de forma crítica a bibliografia canônica sobre o tema, com destaque para a obra de Gilberto Freyre, Rogers realiza um profundo mergulho no cenário agrícola pernambucano do último século e no quanto ele é tributário dessa história.
Abolicionistas brasileiros e ingleses
Antonio Penalves Rocha | 448 páginas | De R$ 93 por R$ 69,75
Personagem dos mais importantes na história do Brasil, Joaquim Nabuco é visto neste trabalho de maneira original. A ênfase recai sobre como ele e a British and Foreign Anti-Slavery Society promoveram-se mutuamente. O autor realiza, nesse sentido, um revelador balanço da ação abolicionista de Joaquim Nabuco e de seu trabalho com sociedade antiescravista inglesa para a edificação de sua própria imagem de líder do movimento abolicionista brasileiro.
Crimes em comum: Escravidão e liberdade sob a pena do Estado imperial brasileiro (1830-1888)
Ricardo Alexandre Ferreira | Páginas: 264 | De R$ 63 por R$ 47,25
Nesta pesquisa realizada por Ricardo Alexandre Ferreira são investigadas as histórias do crime e do direito, focando, mais especificamente, no período da escravidão no Brasil. Aqui, através de uma vasta pesquisa documental, o autor analisa como o escravismo aparece referenciado no código penal do Império e as diferenças de punição entre homens livres e cativos.
Da Monarquia à República – 9ª edição
Emília Viotti da Costa | Páginas: 524 | De R$ 102 por R$ 76,50
Emília Viotti da Costa, professora e historiadora, analisa os diversos momentos que definiram a modalidade de instauração do Brasil republicano. Ao esclarecer as coordenadas dessa passagem, a autora desvela as causas da fraqueza das instituições democráticas e da ideologia liberal, em uma tentativa de compreender as raízes do processo de marginalização de amplos setores da população brasileira.
Da senzala à colônia – 5ª edição
Emília Viotti da Costa | Páginas: 560 | De R$ 102 por R$ 76,50
Neste livro fundamental, a autora demonstra que a abolição dos escravos no Brasil representou apenas uma etapa na liquidação da estrutura colonial, mas golpeou duramente a velha classe senhorial e coroou um processo de transformações que se estendeu por toda a primeira metade do século XIX. Tal processo prenunciava a transição da sociedade senhorial para a empresarial, do trabalho escravo para o assalariado, da monarquia para a República.
Jerry Dávila | 400 páginas | De R$ 88 por R$ 66
Relações raciais e educação. Juntos, os temas vibram e tornam-se pontos referenciais para entender os vínculos entre as politicas públicas e a desigualdade social. Diploma de brancura traz um olhar histórico ao papel do pensamento racial na reforma e na expansão do ensino brasileiro. O autor examina a maneira pela qual leituras científicas sobre a sociedade definiam negros e carentes como deficientes e como essa concepção passou a influenciar as práticas educacionais. Enfocando a primeira metade do século XX, esta obra nos mostra as profundas raízes dos desafios sociais ligados às questões raciais.
Donas mineiras do período colonial
Maria Beatriz Nizza da Silva | 197 páginas | De R$ 63 por R$ 47,25
Até agora, os estudos de demografia histórica têm sido os mais equilibrados, apesar dos limites impostos pela documentação utilizada, pouco sensível aos matizes étnico-culturais ao englobar, sob a designação genêrica de pardas, grupos distintos de cafuzas, mamelucas, bastardas e mulatas, e também pouco atenta ao título de donas atribuído a algumas mulheres nas listas nominativas de habitantes, em documentos notariais ou nos assentos de matrimônio. Apesar dos dados demográficos em desequilíbrio, a diferença social e jurídica entre donas e plebeias era tão visível em Minas Gerais quanto nas demais capitanias, e ela nos ajuda a compreender certas práticas sociais como, por exemplo, a relevância da reclusão conventual feminina. Esta obra analisa esse viés inexplorado e preenche tal lacuna historiográfica.
Manolo Florentino | Páginas: 312 | De R$ 74 por R$ 55,50
Resultado de uma pesquisa sobre o tráfico atlântico de escravos, este livro retoma a perspectiva econômica e social para entender os complexos processos históricos brasileiros e atlânticos. Utilizando-se de vasta fonte documental – como listagens dos navios negreiros, testamentos e registros eclesiásticos –, Manolo Florentino propõe uma instigante análise do tráfico de africanos para o Rio de Janeiro dos séculos XVIII e XIX, oferecendo novos elementos para compreender a migração compulsória que, por mais de três séculos, representou uma das bases da formação histórica brasileira.
Etíope resgatado, empenhado, sustentado, corrigido, instruído e libertado
Manuel Ribeiro Rocha | Páginas: 223 | De R$ 50 por R$ 37,50
Neste livro, publicado em 1758, o padre Manuel Ribeiro Rocha, lusitano radicado em Salvador, procura indicar a “maneira cristã de tratar os escravos”, desde sua compra até sua libertação. Tentava, com a obra, encontrar um caminho conciliatório entre prática ignominiosa da escravidão, sustentáculo da economia colonial, e a pacificação da consciência daqueles que comercializavam e mantinham os cativos.
Festa de negro em devoção de branco
José Ramos Tinhorão | 160 páginas | De R$ 46 por R$ 34,50
Festa de negro em devoção de branco: do carnaval na procissão ao teatro no círio demonstra, alicerçado em uma minuciosa pesquisa histórica, como a cultura africana, levada a Portugal pelos negros escravos, influenciou e foi influenciada no contato com a cultura católica lusitana. José Ramos Tinhorão nos mostra como esse encontro de diferentes, ainda que pautado em interesses políticos e religiosos, resultou na expressão de uma nova identidade cultural – uma festa de iguais.
Gente negra na Paraíba oitocentista
Solange Pereira Rocha | Páginas: 360 | De R$ 79 por R$ 59,25
Este livro, que recebeu o Prèmio ANPUH-Tese, trata de famílias negras de pessoas escravas e livres na província da Paraiba e traz à tona as lutas pela construção de autonomia social e econômica num universo escravista. Enfoca ainda a questão fundiária, mostrando como o fenômeno da apropriação da terra levou a uma conjuntura marcada por enormes propriedades agrárias. Nesse universo, a escravidão, principalmente no Nordeste, onde as mudanças políticas foram mais lentas, silenciou uma massa de trabalhadores agrícolas, criando a ilusão da ausência do preconceito entre as classes sociais, principalmente em relação aos negros.
Homens livres na ordem escravocrata
Maria Sylvia de Carvalho Franco | 253 páginas | De R$ 66 por R$ 49,50
Este livro clássico investiga a gênese da sociedade e do Estado brasileiro a partir da análise do ciclo do café, florescente no século XIX entre as regiões do Rio de Janeiro e de São Paulo. Texto obrigatório que revolucionou a base conceitual dos estudos sobre sociedades subdesenvolvidas.
Memórias de Sparkenbroke: Fora do tempo
Clóvis Moura | 376 páginas | De R$ 86 por R$ 64,50
Intelectual marxista conhecido e consagrado por sua vasta obra e importante contribuição aos estudos do negro brasileiro, situando-se nas regiões de fronteira entre história, sociologia e política, Clóvis Moura construiu sua trajetória ao dar sentido político à rebelião escrava e à luta dos negros contra a escravidão e o racismo que perdura e estrutura a sociedade até os dias de hoje. Sempre ligado às polêmicas de seu tempo, acompanhou e apoiou a luta dos comunistas no Brasil, foi perseguido e preso. No entanto pouco se conhece sobre esse escritor polígrafo, cujos trabalhos abarcou diferentes gêneros textuais. Ao lado do pesquisador disciplinado, do intelectual livre e do homem político, convivia o poeta, o desenhista, o ficcionista, o teatrólogo, o boêmio, o escritor, o jornalista e, acima de tudo, o grande contador de histórias. Nos “anos de chumbo”, entre 1972 e 1973, sob o heterônimo “Sparkenbroke”, Moura publicou na coluna diária “Fora do Tempo”, no jornal A Folha de São Carlos, inúmeras crônicas, que versavam sobre os mais diversos temas, das quais este livro traz ao leitor uma expressiva amostra.
O ensino de ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil escravocrata
Luiz Antônio Cunha | 190 páginas | De R$ 69 por R$ 51,75
Esta obra demonstra como a escravidão determinou o desprezo pelos "ofícios mecânicos" no Brasil na época do Brasil Colônia e Império, quando, após a abolição da escravatura, ninguém queria exercer atividades consideradas "coisas de escravos". Assim, a aprendizagem de ofícios acabou sendo imposta a quem não tinha meios de resistir, reforçando esse desvalor. Apresenta uma análise das instituições dedicadas ao ensino de ofícios: liceus de artes e ofícios, arsenais militares, asilos, propiciando ao leitor conhecer as propostas dos intelectuais do Império a respeito da aprendizagem profissional e seus esperados efeitos moralizantes.
Ricardo Alexandre Ferreira | 176 páginas | De R$ 54 por R$ 40,50
Este livro realiza a interpretação da criminalidade envolvendo escravos que viveram no município paulista de Franca, de modo a avançar no conhecimento de suas estratégias de sobrevivência e prática, entre 1830 e 1888. As fontes utilizadas são os processos criminais (documentação serial e normatriva da justiça crmininal), as quais privilegiam versões do cotidiano dos cativos, em seus momentos de conflito e nas soluções violentas. Também são examinados os relatórios dos presidentes da província de São Paulo, em que há referências a essas ações.
Teorias da etnicidade – 2ª edição
Philippe Poutignat e Jocelyne Streiff-Fenart | 256 páginas | De R$ 72 por R$ 54
Por meio da análise crítica de diversos autores, especialmente de língua inglesa, Philippe Poutignat e Jocelyne Streiff-Fenart mostram como a problemática sociológica da etnicidade se constitui historicamente. O trabalho de Fredrik Barth, publicado pela primeira vez em 1969, é um marco e uma referência fundamental para os estudos sobre etnicidade. Barth é responsável pelo deslocamento de uma concepção rígida do grupo étnico para uma concepção flexível e dinâmica, para a qual as divisões étnicas devem estabelecer-se e reproduzir-se de modo permanente. Assim, o texto do antropólogo é verdadeiramente inovador neste campo.
Trabalho compulsório e trabalho livre na história do Brasil
Ida Lewkowicz, Manolo Florentino e Horacio Gutiérrez | Páginas: 144 | De R$ 40 por R$ 30
Este livro aborda os padrões do trabalho compulsório, no Brasil colonial e imperial, registrado pela mão de obra indígena e a escravidão de africanos e seus descendentes, acompanhando as mudanças, entre os séculos XIX e XX, para o trabalho livre, a partir da grande imigração estrangeira, em especial para o Sudeste e o Sul do país. Enfoca ainda a historia das mulheres e, por fim, lança um olhar aos pequenos trabalhadores e aos percalços do trabalho infantil, que só recentemente recebeu regulamentação e condenação, mas que continua desafiando as políticas públicas, caracterizando-se como importante problema social na atualidade.
Ventres livres? Gênero, maternidade e legislação
Maria Helena P. T. Machado, Luciana da Cruz Brito, Iamara da Silva Viana e Flávio dos Santos Gomes (Orgs.) | 592 páginas | De R$ 94 por R$ 70,50
O objetivo de Ventres livres? Gênero, maternidade e legislação é explorar, pela perspectiva do gênero, da raça e da liberdade, aspectos múltiplos e complexos da escravidão de mulheres no processo de emancipação, tanto no Brasil como em outras sociedades escravistas atlânticas, centrando especialmente nossa problemática em questões vinculadas às violências da escravidão e às resistências apresentadas por essas mulheres.
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