Concurso cultural recebeu textos de 185 membros da comunidade unespiana sobre percepções subjetivas dos desdobramentos da Covid-19, compilados em um livro de download gratuito
Março de 2020. Aquilo que soava a distopia, a mais um evento terrível, mas estrangeiro, daqueles que chegam a nós apenas com hora marcada e pelo filtro do noticiário, começa a aportar por aqui. O Brasil iniciava, assim, sua jornada – que já dura dois anos – em meio à pandemia de Covid-19. O período que se seguiu, do qual só muito recentemente se começou a ensaiar uma saída, foi marcado pela flagrante desorientação inicial dos órgãos executivos governamentais, a partir da qual a incerteza e o medo ganharam corpo na sociedade. Isso exigiu resposta também robusta de outros setores – notadamente a Universidade –, que entraram em cena para tentar traçar diagnósticos e iluminar caminhos em tempo recorde. E a Unesp se fez presente, colocando à disposição sua estrutura para produzir ciência dentro dos laboratórios e levando-a às ruas, em benefício da população. “Mas a atuação da Unesp não estaria completa sem considerar como crucial o desenvolvimento de ações culturais e artísticas durante esse período tão difícil”, escreve o reitor da universidade, Pasqual Barretti, na introdução de Vozes do confinamento, obra publicada pela Editora Unesp, fruto do concurso cultural “Para não esquecer: Literatura na pandemia”.
A iniciativa tomou forma num esforço combinado entre a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), a Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI) e a Fundação Editora da Unesp (FEU). Lançado em maio de 2021 e financiado com recursos do convênio da Unesp com o banco Santander, o concurso foi aberto a toda a comunidade da universidade e teve 143 crônicas e 121 contos inscritos. No total, reuniu 185 participantes, de 25 unidades diferentes. A partir desse material, foram selecionados 32 textos, incluindo-se os vencedores nas duas categorias.
“A importância da arte na vida social e o papel que a universidade deve exercer na manifestação cultural não é novidade, mas o isolamento social mostrou ainda mais a sua relevância”, reforça Barretti. “Assim, no decorrer de 2021, a Unesp procurou incorporar ações culturais aos investimentos emergenciais realizados, inaugurando um novo e amplo programa de promoção da saúde da comunidade com base em propostas de acolhimento e escuta, assim como de produção e circulação das mais diversas manifestações artísticas. Como manter a arte viva durante a pandemia? De que formas poderiam ser expressos os sentimentos e a dor provocada pelas vidas perdidas? Foi a partir de questões como estas que surgiu o Concurso de Contos e Crônicas.”
A Universidade sempre esteve voltada para fora, para o mundo, para o front da pandemia, mas não se pode esquecer que ela é feita por pessoas. Assim como grande parte da população, a comunidade acadêmica – funcionários, docentes e alunos – permaneceu confinada e recebeu todos os impactos causados pela doença. E ouvir essas vozes é essencial. “Assim como a ciência foi fundamental no combate à pandemia e ao negacionismo, a arte foi um dos esteios de nossa resiliência e sanidade no enfrentamento ao obscurantismo tão presente em todo o mundo, mas especialmente em nosso país”, reforça Barretti. “Encontram-se aqui, nestas páginas, a angústia, a dor, a perda, mas também o humor, a alegria e a esperança de tempos melhores. Encontra-se aqui, sobretudo, uma Unesp viva, pulsante e plena.”
Título: Vozes do confinamento: Literatura na pandemia (contos & crônicas)
Vários autores
Número de páginas: 196
Formato: 14 x 21 cm
ISBN: 978-65-5711-102-4
Preço: Download gratuito