Obra retrata ao longo dos séculos diversas facetas da solidão: física e psicológica, solidão voluntária e aplicada como pena criminal e até mesmo como refúgio e maldição
Solidão é bênção ou maldição? Em tempos de hiperconexão ao redor do globo, estar ou viver sozinho, retirado, faz bem à alma ou é o grande “mal social” do momento? “A solidão não deixa ninguém neutro ou indiferente. Ela compromete toda a nossa concepção da condição humana. Ou somos contra ou a favor”, anota Georges Minois em seu História da solidão e dos solitários, lançamento da Editora Unesp.
Da antiguidade ao século XXI, o conceito passou por seus momentos de aprovação ou desaprovação, seja com Deus dizendo a Adão que “não é bom que o homem esteja só” ou Schopenhauer pontificando que aquilo que não é solidão é vulgaridade. Para Nietzsche, “sofrer a solidão, mau sinal: nunca sofri a não ser com a multidão”.
“O termo é rico, complexo, ambivalente e carregado de história”, anota Minois. Resultado disso é o percurso, em 11 capítulos, da história da humanidade sob o prisma e o pano de fundo da solidão e dos solitários, que o autor realiza com grande maestria, fluidez de texto e seu já conhecido característico aprofundamento teórico.
“A solidão é uma flor que brota no campo das relações sociais e das correntes culturais, que a fazem se desenvolver ou murchar”, continua Minois. “A tarefa do historiador é relatar e interpretar esses mecanismos. Mas não nos deixemos enganar: como ser humano, ele é parte interessada nesses processos; tem uma personalidade que o impele para a solidão ou para a sociabilidade. É isso que torna a história da solidão uma história engajada.”
Instigante por tocar a todos os humanos, essa movimentada história da solidão deixou numerosos traços. “A solidão deu lugar a muitos debates filosóficos, religiosos, literários, pois ela nunca deixou ninguém indiferente”, pontua Minois. “Ela fascina, intriga, espanta, atrai ou escandaliza, é admirada ou zombada, considerada um vício ou uma virtude, um refúgio ou um inferno, mas, em todas as épocas, fala-se dela com paixão.”
Sobre o autor - Georges Minois é professor de História e historiador das mentalidades religiosas. Dele, a Editora Unesp publicou História do riso e do escárnio (2003), A idade de ouro (2011), História do ateísmo (2014), História do futuro (2016) e História do suicídio (2018).
Título: História da solidão e dos solitários
Autor: Georges Minois
Tradução: Maria das Graças de
Souza
Número de páginas: 503
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 96,00
ISBN: 978-85-393-0795-1