Há 26 anos, homossexualidade deixa de ser considerada doença, mas homofobia ainda persiste

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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Protesto no Congresso Nacional

Protesto contra a homofobia em frente ao Congresso Nacional em 2009 (Agência Brasil)

Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde excluiu a questão da opção sexual, adotada como um caso de saúde pública e investigada inúmeras vezes por cientistas como distúrbio mental, da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde por distinguir que a homossexualidade é uma orientação tão sadia quanto a heterossexualidade.

A data passou a ser comemorada como o Dia Internacional contra a Homofobia, instituída no Brasil como Dia Nacional de Combate à Homofobia em 7 de junho de 2010 por decreto assinado pelo então presidente Lula às vésperas da XIV Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).

A Editora Unesp selecionou, entre os títulos de seu catálogo, livros que permeiam essa questão ainda tão debatida por diversos âmbitos da sociedade. 

História dos homens no Brasil
Organizadoras: Mary Del Priore e Marcia Amantino | 416 páginas | R$ 82,00

Neste volume, 13 autores apresentam e avaliam as inúmeras facetas que estiveram e estão por trás do conceito de homem no Brasil desde o período colonial. Os artigos demonstram que a masculinidade do brasileiro não resulta de características 'naturais', mas foi edificada e adquiriu perfis variados, conforme as diferentes épocas, áreas geográficas e classes sociais, além de religião e orientação sexual de cada um. 
Os artigos abordam o tema a partir de ângulos diversos, demonstrando que ser homem não garante vida fácil e lembrando que a história do gênero é marcada por tensões, dominação, violência, quase sempre relacionadas à pressão para corresponder ao estereótipo de 'machão' valente. Os textos acerca da ideia de masculinidade dos escravos vindos da África, dos jovens senhores e dos trabalhadores do período colonial, sugerem que elementos daqueles tempos ainda moldam o comportamento masculino no país. 
O livro atravessa os séculos, avaliando assuntos como a busca pela modelagem e pelo adestramento do corpo e a figura do esportista como herói contemporâneo, a questão do celibato dos padres e o crescimento da prática de esportes de contato como o MMA no Brasil.

A transformação da intimidadeA transformação da intimidade
Autor: Anthony Giddens | 228 páginas | R$ 56,00

A revolução sexual do nosso tempo é aqui estudada pelo autor, que questiona muitas das interpretações correntes sobre o papel da sexualidade na cultura moderna. Em última instância, é a transformação da intimidade na qual as mulheres exercem o papel mais importante que, para o autor, assegura a possibilidade de uma democratização radical da esfera pessoal. Giddens, sociólogo inglês reconhecido por seus trabalhos em Ciências Políticas, volta-se aqui às questões provocadas pela revolução sexual. O objetivo é definir os contornos da nova configuração da subjetividade que acompanha essa mudança radical na esfera da sexualidade, uma subjetividade pós-edípica e pós-patriarcal cuja plasticidade é fundamental para a construção de uma noção ampliada de democracia.

O masculino e o feminino no epigrama gregoO masculino e o feminino no epigrama grego: Estudo dos livros 5 e 12 da Antologia Palatina
Autor: Luiz Carlos Mangia Silva | 272 páginas | R$ 52,00

Enquanto, em nossos dias, a discussão sobre gênero esquenta e se amplia, na antiga Grécia tal debate não faria sentido. Nesta obra, Luiz Carlos Mangia Silva oferece uma contribuição importante para uma reflexão sobre o tema e para uma compreensão mais apurada acerca da cultura e do erotismo dos antigos gregos.
Ele analisa mais de 60 epigramas eróticos gregos da Antologia Palatina, parte vertida pela primeira vez para a língua portuguesa, e percebe que, embora pertençam à mesma categoria (eróticos) e tenham características muito semelhantes do ponto de vista da composição, os poemas foram separados no livro 5 e 12 da coleção.
Mangia Silva conclui que a divisão reflete a interferência cristã nas compilações posteriores, em que os epigramas foram distribuídos conforme o destinatário – a amada ou o amado: “A separação, de um lado atende a uma expectativa cristã relativa à expressão sexual, de outro escamoteia um importante traço da cultura grega: o da experiência unívoca da sexualidade”.

A saúde do homem em foco
Autor: Romeu Gomes | 96 páginas | R$ 18,00

Manter-se informado é um dos primeiros passos para ser saudável. Em uma conversa de homens, também aberta às mulheres, este livro articula ideias sobre cuidados com a saúde, enfatizando os hábitos a serem cultivados e destacando os que devem ser abandonados. Também discute formas de se prevenir violência entre homens e mulheres e questões de sexualidade, como disfunção erétil, ejaculação precoce, prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, homossexualidade e infertilidade.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp