Homenagem aos 91 anos de Paul Veyne

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quinta-feira, 10 de junho de 2021

Historiador Paul Veyne completa 91 anos em 2021

Nascido em 13 de junho de 1930, em Aix-en-Provence, na França, Paul Veyne é um historiador e arqueólogo especializado em Roma Antiga.

Seu interesse por arqueologia começou ainda na infância aos oito anos de idade, ao ver uma ânfora em um sítio celta e nas visitas que fazia ao museu arqueológico de Nimes. Lecionou na Escola Francesa de Roma, na Sorbonne e na Universidade da Provença, para, em 1975, entrar no Collège de France, onde foi titular da cadeira de história romana até 1998.

Entre suas principais obras, três foram publicadas pela Editora Unesp. Em sua homenagem, os livros de sua autoria e sobre sua obra estão com 30% de desconto de 10 a 17 de junho. 

Pão e circo

Autor: Paul Veyne | Páginas: 782 | De R$ 148 por R$ 103,60

Panem et circenses: por qual motivo a elite romana organizava jogos e distribuía trigo para a plebe? Prática diversionista? Clientelismo? Despolitização? Populismo? Esta obra monumental de Paul Veyne reúne uma investigação minuciosa sobre as origens dessa prática tão comum a aristocratas e imperadores. Juvenal via ali a derrocada da república; a massa trocava seus votos por diversão e alimento. Veyne descontrói essa interpretação monolítica e oferece uma complexa chave de leitura para a compreensão dos acontecimentos históricos, sociais e políticos. Mais que simples mecanismo de controle da plebe, a política do pão e circo remete a práticas herdadas das cidades-Estado gregas de comprometimento com o bem comum, as quais tanto embutem um sentido de dever, como também são usadas como demonstração de superioridade. Apropriadas de modo específico pela elite romana, conforme as características de sua sociedade, essas liberalidades oferecidas ao povo são contextualizadas historicamente e caracterizadas por Veyne como “evergetismo” – um fenômeno mais amplo em que, por diversas motivações, aristocratas realçam sua posição social por meio de doações ostentatórias para a coletividade.   

Elegia erótica romana

Autor: Paul Veyne | Páginas: 344 | De R$ 78 por R$ 54,60

A poesia erótica romana, uma das formas de arte literária mais sofisticadas e menos compreendidas de todos os tempos, poderia agradar ao paladar contemporâneo? Ao contrapor a obra de autores como Catulo, Propércio e Ovídio à dos poetas modernos, Paul Veyne sugere neste livro que os leitores atuais são pouco suscetíveis ao artifício latino característico dos elegíacos por estarem presos à estética da “intensidade”, que permeia a literatura modernista desde o romantismo: “A relação do autor, sincera ou não, com o leitor depende da escolha de uma estética. Os elegíacos romanos nos entediariam porque são ‘insinceros’?”. Para Veyne, porém, nem mesmo os comentadores da obra daqueles poetas antigos se deram conta, em geral, da ironia implícita em seus versos. Teriam preferido passar ao largo da “insinceridade” que os transpassa, ignorando ainda que falavam de amores pouco edificantes, pois se referiam a mulheres “irregulares”, prontas a prestar seus favores a quem desejassem, mulheres, enfim, com quem os homens não se casam. “Isso seria patifaria, se fosse verdade; mas, como tudo acontece no papel, começamos a entender o que era a elegia romana”, escreve Veyne. “Nossos romanos, mais hábeis que a média de seus compatriotas, têm o risinho de lado de Valéry ou Jean Paulhan”. Assim, pontua o historiador, os elegíacos também eram intensos, ainda que, para ser claros, pecassem por prosaísmo. A intensidade, ele escreve, “está além dos ‘estilos’, no sentido comum da palavra: existem classicismos intensos (essa foi a artimanha de Valéry)”.

Os gregos acreditavam em seus mitos?

Autor: Paul Veyne | Páginas: 208 | De R$ 48 por R$ 33,60

Ao decidir estudar, a partir da crença dos gregos em seus mitos, a pluralidade das modalidades de crença – a crença no que os outros dizem, a crença por experiência própria –, Paul Veyne concluiu que, em vez de falar de crenças, deveria falar de verdades, elas próprias imaginações. “Nós não fazemos uma ideia errada das coisas: a verdade das coisas é que, através dos séculos, foi constituída de maneira peculiar”, escreve. Longe de ser a mais simples experiência realista, a verdade, diz o autor, é a experiência mais histórica de todas. Ele explica que as verdades relacionam-se a contextos culturais, e podem ser questionadas em outras esferas de cultura, diferentes. O olhar contemporâneo sobre o passado ilustra essa visão, pois costuma classificar a quase totalidade das produções anteriores como delírio e considerar como verdade, e muito provisoriamente, somente o que constitui o “último estado da ciência”. Veyne explica que seu interesse sobre verdades, justamente a partir da crença, não tem intenção de afirmar que a imaginação anuncia as futuras verdades e deveria estar no poder. E, sim, que as verdades já são imaginações “e a imaginação está no poder desde sempre; ela, e não a realidade, a razão ou o longo trabalho do negativo.”     

Enredos de Clio: Pensar e escrever a história com Paul Veyne 

Autor: Hélio Rebello Cardoso Jr. | Páginas: 215 | De R$ 52 por R$ 36,40

Os elos entre a filosofia e a história são o tema deste estudo. A base teórica é o pensamento do historiador Paul Veyne, que reflete sobre a sua prática de um ponto de vista que leva em conta questionamentos de cunho filosófico. A partir daí, são apontadas questões filosóficas que o historiador deve levar em conta em suas pesquisas. Ao longo do livro são definidos e encadeados elementos constitutivos da tarefa narrativa do historiador e da sua construção teórica. Temas que dizem respeito ao objeto da história e à causalidade histórica, assim como relações entre conceito, acontecimento e totalidade histórica, são enfocados, como também as diferentes concepções filosóficas da ligação entre o ato de narrar em si mesmo e o de construir filosoficamente essa narrativa. 

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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