'Indústria cultural', de Adorno, recebe nova tiragem

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segunda-feira, 13 de maio de 2024

Coletânea aborda questões sobre música, rádio, cinema, literatura, política, sociologia e filosofia,  possibilitando ao leitor compreender a evolução histórica de um dos temas centrais da reflexão adorniana

Um dos tópicos que mais caracterizam o legado filosófico do pensador Theodor W. Adorno, pertencente à chamada Escola de Frankfurt, é a reflexão crítica sobre a cultura de massas. Para representar seus escritos neste segmento, ganha nova tiragem a coletânea Indústria cultural, cujo conceito primordial foi cunhado por Adorno e Max Horkheimer, ainda no início da década de 1940, e aborda uma grande gama de assuntos: música, rádio, cinema, literatura, política, sociologia e filosofia.

Ao longo dos nove ensaios, selecionados dentre os mais representativos de sua produção sobre o tema, pode-se apreender uma significativa amostragem de textos sobre cultura de massas desde o início dos anos 1930 (portanto, antes mesmo do estabelecimento do termo “indústria cultural”), passando pelo final dessa década e início das de 1940 e 1950, até os anos 1960 – ocasião em que o autor retoma e atualiza conceitos estabelecidos na Dialética do esclarecimento, com Horkheirmer.

Destaca-se nesta seleção a variedade de caminhos percorridos pelo pensador alemão: “seja a partir do fenômeno do kitsch, das características que a recepção da música assume quando realizada por meio da radiodifusão, do caráter específico do fetichismo que adere à mercadoria cultural, do impacto da televisão no cenário da cultura de massas, antes dominada pelo rádio e pelo cinema, da tutela da cultura pelos setores da administração pública e das consequências do imediatismo difundido pela indústria cultural numa ação política que se pretende revolucionária”, pontua, no prefácio, o pesquisador Rodrigo Duarte.

“Figura maior no panorama filosófico do século XX, Theodor W. Adorno foi responsável por uma experiência intelectual gerada pela confrontação incessante da filosofia com o “campo da empíria”, em especial a Teoria Social, a Crítica Literária, a Estética Musical e a Psicologia”, anotam Eduardo Socha, Jorge de Almeida, Ricardo Barbosa, Rodrigo Duarte e Vladimir Safatle, membros da comissão editorial da Coleção Adorno. “Nessa desconsideração soberana pelas fronteiras intelectuais, estava em jogo a constituição de um conceito renovado de reflexão filosófica que visava livrá-la da condição de discurso que se restringe à tematização insular de seus próprios textos.”

Um dos públicos mais importantes de leitores universitários de Adorno encontra-se em faculdades de Comunicação e pós-graduações de Estudos de Mídia. “Por isso, a edição de uma coletânea com alguns textos fundamentais sobre indústria cultural e cultura de massa visa, sobretudo, a alimentar o debate que ali se desenvolve”, anota a comissão. Isso também vale para outro relevante público-leitor de Adorno no Brasil: os pesquisadores e Psicologia Social e Psicanálise. “Pensar o atual teor de verdade do pensamento de Adorno significa, portanto, a dupla tarefa de repensá-lo em face dos dilemas do mundo contemporâneo e refletir sobre o quanto esses dilemas podem ser iluminados sob o prisma de suas obras.”

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Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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