Marcos César Ferreira apresenta emIniciação à análise geoespacial: teoria, técnicas e exemplos para geoprocessamento, obra que estava esgotada, mas acaba de ganhar nova impressão, um estudo introdutório sobre a teoria e as técnicas de geoprocessamento, compilando uma série de exemplos práticos de suas aplicações. Com mapas e representações gráficas que ilustram a aplicação das teorias discutidas, o livro constitui-se em referência central para interessados no tema, bem como para estudantes e pesquisadores que tenham o espaço como categoria fundamental para o estudo da realidade física.
O autor lembra que foi a partir de modelos quantitativos computacionais que a geografia consolidou e enriqueceu conceitos como localização, distribuição espacial e arranjos espaciais. Pesquisadores e especialistas que manipulam esses softwares tendem, porém, a automatizar a interpretação espacial com base nos recursos computacionais e a ignorar os conceitos que embasam a arquitetura desses programas. “Procurar as origens e as bases do pensamento espacial na geografia é tarefa fundamental neste momento, uma vez que as pesquisas contemporâneas que adotam instrumentais geotecnológicos têm tentado mostrar, equivocadamente, que os sistemas de informação geográfica (SIGs) nasceram dentro dos próprios SIGs”, escreve. “É sempre oportuno lembrarmos que muitos dos algoritmos de análise geoespacial para SIG baseiam-se em paradigmas da escola espacial da geografia anglo-saxônica dos meados do século 20.”
Presente em nosso dia a dia em operações quase automáticas – como decidir o melhor caminho até o trabalho –, a análise espacial compõe hoje um ramo em expansão dos estudos geográficos. Com auxílio de programas digitais cada vez mais sofisticados, tornou-se ferramenta poderosa para a compreensão dos fenômenos de distribuição de recursos físicos e da organização do território nas sociedades contemporâneas.