'Mudança estrutural da esfera pública', de Habermas, ganha nova tiragem

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terça-feira, 2 de março de 2021

Texto de Habermas ganhou reimpressão

O livro Mudança estrutural da esfera pública: Investigações sobre uma categoria da sociedade burguesa, de Jürgen Habermas, ganhou nova tiragem. No texto, o filósofo examina o “complexo” que segundo ele descansa sob a expressão “esfera pública”. Para ele, pode-se esperar, ao compreender tal conceito e submetê-lo a esclarecimento sociológico, apreender de modo sistemático a própria sociedade. “A esfera pública”, diz o filósofo, “continua a ser um princípio organizador de nossa ordem política”.

Na obra, a primeira mais sistemática de Habermas, o pensador toma como ponto de partida para uma discussão empírica, o desenvolvimento da esfera pública na Inglaterra, França e Alemanha do século 17 ao século 20. Assim, a sólida argumentação é construída em termos mais históricos, sem contudo se transformar em mera reconstrução histórica - a investigação articula, em uma teoria crítica interdisciplinar, a discussão dos ideais normativos da esfera pública e seus desdobramentos efetivos e contraditórios na realidade das práticas sociais e instituições políticas.

A análise da categoria esfera pública segue o modelo marxista da crítica imanente da ideologia e da dominação que, ao mesmo tempo, apresenta os potenciais de emancipação e mostra que a sociedade democrática burguesa contradiz as premissas essenciais de sua própria autocompreensão normativa – ou seja, cria os próprios obstáculos que impedem a realização desses potenciais. Para mostrar isso, o método de investigação entrelaça a economia, a cultura e a política.

Arenas e espaços públicos de discussão são uma das questões centrais do texto. Habermas examina as condições sociais que levaram à criação de tais espaços nas sociedades modernas, em que pessoas privadas promovem a discussão crítica e racional de questões comuns e se dispõem a assumir que o melhor argumento é a única fonte legítima de validar juízos – e em consequência validar também ações e instituições políticas. Para o tradutor da obra, Denilson Luís Werle, “o resultado é uma teoria crítica da sociedade que aponta para os potenciais e os limites da moderna forma de vida democrática”.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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